quarta-feira, 22 de setembro de 2010

NOSSO LAR


Fábio José Lourenço Bezerra


Em 1943, pela psicografia do grande médium Chico Xavier, o mundo ganhava de presente um rico manancial de informações sobre o mundo espiritual: o livro “Nosso Lar”. Pelas mãos do nosso querido Chico, o médico André Luiz colocou no papel as suas experiências pós-morte, descrevendo em detalhes suas impressões acerca dessa nova etapa de sua existência. Causando estranheza em muitos, ele descreveu um ambiente muito parecido com o mundo material, em vários aspectos. Prédios, casas, aparelhos eletrônicos, vegetação, necessidade de alimentar-se e até um ônibus voador fazem parte de suas descrições (Diga-se de passagem, bastante avançadas para a época em que foi escrito o livro). A reação de estranhamento de algumas pessoas, aliás, já tinha sido previsto pelo próprio Emmanuel, o grande Espírito guia de Chico Xavier, como consta no prefácio deste mesmo livro, cujo trecho transcrevo abaixo:

Certamente que numerosos amigos sorrirão ao contacto de determinadas passagens das narrativas. O inabitual, entretanto, causa surpresa em todos os tempos. Quem não sorriria, na Terra, anos atrás, quando se lhe falasse da aviação, da eletricidade, da radiofonia?
A surpresa, a perplexidade e a dúvida são de todos os aprendizes que ainda não passaram pela lição. É mais que natural, é justíssimo. Não comentaríamos, desse modo, qualquer impressão alheia. Todo leitor precisa analisar o que lê.

E, no prefácio do livro “Os mensageiros”, o segundo livro ditado por André Luiz, ele explica:
Lendo este livro, que relaciona algumas experiências de mensageiros espirituais, certamente muitos leitores concluirão, com os velhos conceitos da Filosofia, que “tudo está no cérebro do homem”, em virtude da materialidade relativa das paisagens, observações, serviços e acontecimentos (grifo nosso).
Forçoso é reconhecer, todavia, que o cérebro é o aparelho da razão e que o homem desencarnado, pela simples circunstância da morte física, não penetrou os domínios angélicos (grifo nosso), permanecendo diante da própria consciência, lutando por iluminar o raciocínio e preparando-se para a continuidade do aperfeiçoamento noutro campo vibratório.
Ninguém pode trair as leis evolutivas.

E, em outro trecho do prefácio:
“A morte física não é salto do desequilíbrio, é passo da evolução, simplesmente.”
No próprio livro “Nosso Lar”, no capítulo VII, André Luiz refere-se às explicações de Lísias:
A morte do corpo não conduz o homem a situações miraculosas, dizia. Há regiões múltiplas para os desencarnados, como existem planos inúmeros e surpreendentes para as criaturas envolvidas na carne terrestre. Almas e sentimentos, formas e coisas, obedecem a princípios de desenvolvimento natural e hierarquia justa.

No livro da codificação do Espiritismo “A Gênese” (Editora FEB), constam as seguintes explicações de Allan Kardec, no capítulo XIV, de título OS FLUIDOS, da 2ª à 14ª parte:
“O fluido cósmico universal é, como já foi demonstrado, a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. (Cap. X.) Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados. (Cap. IV, nos 10 e seguintes.)

Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da ciência propriamente dita, os outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo. Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham incessantemente em contacto, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito.

No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme; sem deixar de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria tangível (grifo nosso). Essas modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares do mundo invisível.

Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados e são, para eles o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que por processos diferentes (grifo nosso).

Lá, porém, como neste mundo, somente aos espíritos mais esclarecidos é dado compreender o papel que desempenham os elementos constitutivos do mundo onde eles se acham. Os ignorantes do mundo invisível são tão incapazes de explicar a si mesmos os fenômenos a que assistem e para os quais muitas vezes concorrem maquinalmente, como os ignorantes da Terra o são para explicar os efeitos da luz ou da eletricidade, para dizer de que modo vêem e escutam.

Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para perceberem a matéria tangível e não a matéria etérea. Alguns há pertencentes a um meio diverso a tal ponto do nosso, que deles só podemos fazer idéia mediante comparações tão imperfeitas como aquelas mediante as quais um cego de nascença procura fazer idéia da teoria das cores.

[...] A pureza absoluta, da qual nada nos pode dar idéia, é o ponto de partida do fluido universal; o ponto oposto é o em que ele se transforma em matéria tangível. Entre esses dois extremos, dão-se inúmeras transformações, mais ou menos aproximadas de um e de outro. Os fluidos mais próximos da materialidade, os menos puros, conseguintemente, compõem o que se pode chamar a atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente vários são os graus de pureza, que os Espíritos encarnados e desencarnados, deste planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências. Por muito sutis e impalpáveis que nos sejam esses fluidos, não deixam por isso de ser de natureza grosseira, em comparação com os fluidos etéreos das regiões superiores.

[...] O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma. Já vimos que também o corpo carnal tem seu princípio de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível. No perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O corpo perispirítico e o corpo carnal têm, pois origem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes (grifo nosso).

[...] A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar de envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, à vontade, de um mundo para outro (grifo nosso). Alguns há, portanto, cujo envoltório fluídico, se bem que etéreo e imponderável com relação à matéria tangível, ainda é por demais pesado, se assim nos podemos exprimir, com relação ao mundo espiritual, para não permitir que eles saiam do meio que lhes é próprio (grifo nosso). Nessa categoria se devem incluir aqueles cujo perispírito é tão grosseiro, que eles o confundem com o corpo carnal, razão por que continuam a crer-se vivos (grifo nosso). Esses Espíritos, cujo número é avultado, permanecem na superfície da Terra, como os encarnados, julgando-se entregues às suas ocupações terrenas. Outros um pouco mais desmaterializados não o são, contudo, suficientemente, para se elevarem acima das regiões terrestres.

[...] Os Espíritos superiores, ao contrário, podem vir aos mundos inferiores e, até, encarnar neles. Tiram dos elementos constitutivos do mundo onde entram os materiais para a formação do envoltório fluídico ou carnal apropriado ao meio em que se encontrem. Fazem como o nobre que despe temporariamente suas vestes, para envergar os trajes plebeus, sem deixar por isso de ser nobre.

[...] Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual.
Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento inconsciente (grifo nosso). Basta que o Espírito pense uma coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma ária, para que esta repercuta na atmosfera.

Através de uma leitura atenta das explicações de Kardec, acima, torna-se fácil deduzir-se que a espiritualidade superior, através da ação do pensamento e da vontade sobre a matéria espiritual, criou a colônia Nosso lar, verdadeiro hospital e escola para os Espíritos ainda muito materializados, bem como milhares de colônias semelhantes em volta da Terra. Sua semelhança com o mundo material, obviamente, deve-se ao grau de materialidade dos Espíritos que ainda necessitam daquela instituição para reequilibrarem-se e aprenderem, rumo a graus mais elevados. Além disso, os Espíritos pouco evoluídos, ainda muito apegados à matéria, dificilmente se adaptariam a um ambiente que fosse muito diferente ao da Terra. Trata-se de uma zona de transição, ainda muito distante do máximo grau evolutivo a que podem chegar os Espíritos.

O alto grau de materialidade dos Espíritos também explica a necessidade de os mesmos serem resgatados da zona purgatorial chamada Umbral, descrita no livro. Seus corpos espirituais, ainda muito grosseiros e pesados para o plano espiritual, embora invisíveis e imponderáveis para os encarnados, estão presos à superfície da Terra. Ao adotar uma atitude mental positiva, aproximando-se do equilíbrio, o Espírito que estacionou naquela zona modifica a qualidade vibratória do seu perispírito, pondo-se em condições de ser resgatado pelas equipes espirituais socorristas das colônias.

Outros médiuns poderosos, antes mesmo da codificação kardequiana (nome comum para as obras codificadas por Allan Kardec), obtiveram detalhes do plano espiritual que coincidem bastante com os relatos de André Luiz, como Emmanuel Swedenborg no século XVII, e Andrew Jackson Davis no século XIX.
Swedenborg, nas palavras de Sir Arthur Conan Doyle, no seu livro “História do Espiritismo”, através de sua clarividência:

Verificou que o outro mundo, para onde vamos após a morte, consiste de várias esferas, representando outros tantos graus de luminosidade e de felicidade; cada um de nós irá para aquela a que se adapta a nossa condição espiritual. Somos julgados automaticamente, por uma lei espiritual das similitudes; o resultado é determinado pelo resultado global de nossa vida, de modo que a absolvição ou o arrependimento no leito de morte têm pouco proveito. Nessas esferas verificou que o cenário e as condições deste mundo eram reproduzidas fielmente, do mesmo modo que a estrutura da sociedade. Viu casas onde viviam famílias, templos onde praticavam o culto, auditórios onde se reuniam para fins sociais, palácios onde deviam morar os chefes (grifo nosso).”

Andrew Jackson Davis, ainda conforme Conan Doyle, na obra supracitada, a respeito da vida pós-morte, através de sua visão espiritual:

Viu uma vida semelhante à da Terra, uma vida que pode ser chamada semimaterial, com prazeres e objetivos adequados à nossa natureza, que de modo algum se havia transformado pela morte (grifo nosso). Viu estudo para os estudiosos, tarefas geniais para os enérgicos, arte para os artistas, beleza para os amantes da Natureza, repouso para os cansados. Viu fases graduadas da vida espiritual, através das quais lentamente se sobe para o sublime e para o celestial (grifo nosso). Levou a sua magnífica visão acima do presente universo e o viu como uma vez mais este se dissolvia numa nuvem de fogo, da qual se havia consolidado, e, uma vez mais se consolidado para formar o estágio, no qual uma evolução mais alta teria lugar e onde uma classe mais alta se iniciaria do mesmo modo que algures a classe mais baixa. Viu que esse processo se renovava muitas vezes, cobrindo trilhões de anos e sempre trabalhando no sentido do refinamento e da purificação.

O conceituado magnetizador francês Louis Alphonse Cahagnet, conforme Gabriel Delanne (citado no livro “Allan Kardec”, de Zeus Wantuil e Francisco Thiesen) foi “Um lutador soberbo”, “que teve a glória de fazer-se o que foi: um dos pioneiros da verdade”. Obtendo comunicações com os desencarnados, por intermédio de vários pacientes em estado sonambúlico, também obteve informações parecidas com as de André Luiz. Abaixo temos perguntas feitas por Cahagnet ao Espírito de um sacerdote católico e suas respectivas respostas, de um trecho do seu livro de 1847, de título original “Arcanes de La vie future dévoilés” (extraído do livro “ Allan Kardec”, acima citado):

P. – A forma da alma que tendes é perfeitamente semelhante à do corpo em que ela habitava?
R. – Sim.
P. – Vós dormis e comeis?
R. – Dorme e come quem quer; isto não é uma necessidade como no planeta; é mais uma satisfação para aqueles que o fazem.
P. – Morais numa casa como na Terra?
R. – Eu estou numa casa; há casas nesta vida, do mesmo modo que sobre a Terra.
P. – Há também cidades e aldeias?
R. - Eu não sei como se nomeiam as cidades no céu; basta dizer-vos que há casas. Não me ocupo do resto.
P. – Quais são as vossas ocupações ordinárias?
R. – Leio, escrevo e passo parte do meu tempo a aconselhar o bem aos indivíduos inclinados ao mal.
P. – Podeis então comunicar com eles?
R. – Sim, com os Espíritos deles.

Informações bastante semelhantes também foram obtidas durante várias ocorrências do fenômeno conhecido como Experiências-de-Quase-Morte (EQM), quando um indivíduo, estando numa situação próxima à morte, tem o seu corpo espiritual parcialmente desprendido do corpo físico. Numa média de 10 a 20% dos casos, após terem sido ressuscitadas pelos médicos ou, de alguma forma, se recuperarem, as pessoas conseguem lembrar o que perceberam durante o desprendimento, quando o coração e o cérebro estavam parados. O relato abaixo consta no livro “Vida Depois da Vida”, do Dr. Raymond Moody Jr. :

[...] Sofri um ataque cardíaco e me encontrei em um vácuo negro, e aí soube que tinha deixado para trás o meu corpo físico. Sabia que estava morrendo e pensei: ‘Ó Deus, fiz o melhor que eu pude fazer na ocasião. Por favor me ajude’. Imediatamente, fui sendo movido para fora daquela treva, através de um cinzento pálido, e fui indo, flutuando e movendo rapidamente , e bem em frente, ao longe, via uma névoa cinza, e eu estava indo aceleradamente para lá. Não estava chegando tão rápido quanto queria, e, à medida que ia me aproximando, dava para ver através dela. Além da névoa, podia ver bem as pessoas, e as suas formas eram as mesmas que tinham tido na Terra, e dava para ver também coisas que pareciam construções (grifo nosso). Toda a cena estava permeada da mais encantadora luz ---- uma luz vívida, de brilho amarelo-ouro, de cor pálida, e não como o dourado berrante que conhecemos na Terra. Quando eu me aproximei mais, tive certeza de que ia passar através da névoa. Era uma sensação tão alegre e maravilhosa que não há palavras que a possam descrever. No entanto, ainda não tinha chegado a minha vez de ultrapassar a névoa, e isso porque vindo do outro lado instantaneamente apareceu na minha frente meu tio Carl, que tinha morrido muitos anos antes (grifo nosso). Ele bloqueou minha passagem dizendo: ‘ Volte. Seu trabalho na Terra ainda não acabou. Agora volte’. Eu não queria voltar, mas não tinha escolha, e imediatamente estava de volta ao meu corpo. Senti aquela dor horrível no peito e ouvi meu filhinho chorando: ’Deus, traga a minha mãe de volta’.

Fazendo-se uma comparação entre as informações obtidas pelas mais variadas e independentes fontes, vistas acima, e o relatado por André Luiz, além das conclusões de Allan Kardec em “A Gênese”, vemos que existe grande coincidência em vários pontos (conforme o método kardequiano do controle universal dos ensinamentos dos Espíritos), o que confere ao relatado no livro “Nosso Lar” alto grau de confiabilidade. Não podemos esquecer, também, que o médium Chico Xavier, através do qual essa obra veio à luz, possui imensa envergadura moral, exemplo de vida dedicada à prática da caridade cristã, atraindo sempre para si, dessa forma, o concurso de Espíritos de alto nível evolutivo, o que afasta a possibilidade de fraude por parte dos Espíritos. Isso sem falar da importância do trabalho realizado: a divulgação do Espiritismo em grande escala, através de livros.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DOYLE, Arthur Conan (Sir). História do espiritismo. São Paulo: Pensamento, [1999]. 498 p.

KARDEC, Allan. A gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. 31 ed. Brasilia: FEB, 1944. 423 p.

MOODY JR., Raymond A. Vida depois da vida. Rio de Janeiro: Nórdica, 1979. 172 p.

PARNIA, Sam. O que acontece quando morremos: um estudo sobre a vida após a morte. São Paulo: Larrouse, 2008. 246 p.

WANTUIL, Zeus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec: pesquisa biobliográfica e ensaios de interpretação. 3. ed. Brasília: FEB, 1980. 311 p., v. 2.

XAVIER, Francisco Cândido. Nosso lar: quando o servidor está pronto, o serviço aparece. 19. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1944. 281 p. (ditado pelo espírito André Luiz).