quinta-feira, 14 de julho de 2011

O MUNDO ESPIRITUAL


            Qual o destino da alma após a morte? Será que ela desaparece com a destruição do cérebro? Ou ela sobrevive? Se sobrevive, será que conserva a sua individualidade, sua capacidade de raciocinar, de se emocionar, de lembrar? Nesse caso, como ela percebe o universo ao seu redor? Será que o período em que permanece ligada ao corpo tem alguma influência no estado pós-morte? Se tem, qual? Podemos um dia voltar a nos revestir de um corpo físico, ou seja, reencarnar?
As perguntas acima, não raro, são consideradas de pouca importância, tão ocupados que estamos com o trabalho, a formação profissional, o consumismo desenfreado, enfim, a vida moderna. Cada vez mais acelerada, ela nos arrasta para uma visão hedonista do mundo. O lema vigente é ser feliz aqui e agora.
Contudo, esquecemos que a morte é algo que todos, sem exceção, teremos que encarar frente a frente, mais cedo ou mais tarde, seja a nossa própria morte, seja a de nossos entes queridos.
 É necessário conhecer o que brevemente será nosso destino para todo o sempre, assim como alguém que, tendo que se mudar definitivamente para um país distante, precisa saber como é aquele local, seus habitantes, costumes, perspectiva de emprego, clima, etc.
Todas as religiões, em maior ou menor profundidade, tentaram responder às perguntas acima. A ciência “oficial” ainda não deu a merecida importância ao problema, devido ao fato de boa parte dos seus membros professarem a crença materialista (aquela que acredita no poderoso “ Deus Acaso”), sem antes submeterem a questão às devidas experimentações, que devem ser isentas de qualquer ponto de vista preconcebido. Estas foram realizadas em abundância na segunda metade do século XIX e início do século XX, de forma independente, por cientistas de grande importância na época. Boa parte deles, diante das fortíssimas evidências que tinham diante de si, tornaram-se convictos da sobrevivência da alma, apesar de, antes dessas pesquisas, serem céticos (como exemplos, temos William Crookes, Cesare lombroso Alfred Russel Wallace, , além de muitos outros. Ver o texto "Ilustres Cientistas Confirmaram: A Alma Sobrevive à Morte", neste blog).
Diversos outros pesquisadores, durante todo o século XX, também de forma independente, realizaram pesquisas neste campo, chegando às mesmas conclusões, inclusive demonstrando a realidade da reencarnação (ver os textos Fortes Evidências da Reencarnação” e “Existe Vida Após a Morte?, neste blog).
O Espiritismo, confirmado pelas graníticas evidências geradas pelas experiências supracitadas, também apresenta as suas respostas às questões acima, porém em profundidade e lógica inigualáveis.
 Assim como a invenção do microscópio revelou a existência do até então desconhecido mundo dos microorganismos (de inquestionável importância para nossa sobrevivência e de toda a vida na Terra), o Espiritismo, através da comunicação dos Espíritos, revelou à humanidade um mundo em constante intercâmbio com o nosso, muito mais amplo e complexo, nosso destino breve, o Mundo Espiritual.
Segundo os Espíritos responsáveis pela codificação da Doutrina Espírita (ver o texto O Início do Espiritismo Parte 2 - A Codificação, neste blog), paralelo a nosso universo material existe um universo de matéria sutil, imperceptível aos nossos cinco sentidos e aos nossos atuais instrumentos, que poderíamos chamar de Mundo Espiritual. Ele já existia antes da formação do nosso universo.
Ainda conforme os Espíritos da codificação, existe um único elemento primitivo, chamado Fluido Cósmico Universal, cujas combinações e modificações dão origem tanto à matéria do nosso mundo material quanto à do mundo espiritual.
Relativamente ao mundo espiritual, na realidade, também poderíamos chamá-lo de Mundos Espirituais, no plural mesmo, pois a matéria que o compõe se encontra nos mais diversos graus de materialização, formando diferentes níveis. Conforme o Espírito André Luiz, pela psicografia do médium Chico Xavier, seriam níveis vibratórios diferentes. Cada nível corresponderia a um “mundo” diferente, embora coexistente com os demais. Como disse o Cristo: "Na casa de meu Pai há muitas moradas".
 O Espírito, sede do pensamento e das sensações, aglutinando em torno de si matéria espiritual, forma o chamado corpo espiritual, também chamado de Perispírito (palavra que significa: em torno do Espírito). É ele que é visto quando acontecem as aparições de fantasmas. O corpo espiritual serve de intermediário entre o Espírito e o corpo físico, funcionando como elo de ligação e canal de troca de informações entre ambos. 
Assim como o corpo físico nos serve para transitar pelo mundo material, percebê-lo e interagir com ele, da mesma forma, o corpo espiritual nos serve como veículo e meio de interação com o mundo espiritual, assumindo a forma do corpo físico que tivemos em nossa última encarnação (Espíritos que já atingiram certo grau evolutivo podem dar a seu corpo espiritual a forma que desejarem). Com o corpo espiritual, o Espírito estabelece a sua individualidade, perante os demais, no mundo espiritual.
A matéria do mundo espiritual é sensível ao pensamento e à vontade, através dos quais o Espírito pode realizar as mais diferentes combinações com ela, dando origem às mais diversas propriedades, e moldá-la nas mais diferentes formas, bem como direcioná-la para onde queira. Assim como o homem que, através de suas mãos, pode realizar as mais diversas manipulações e combinações com as diversas substâncias do mundo material. Contudo, saber manipular a matéria espiritual depende do grau de entendimento do Espírito. Os mais atrasados só a manipulam de forma inconsciente. É o que acontece quando o Espírito, mesmo ainda estando em um baixo nível evolutivo, molda o seu corpo espiritual com a forma de sua última encarnação, sem sequer se aperceber disto.
O teor da matéria do corpo espiritual varia conforme o grau evolutivo do Espírito. Quanto mais desapegado da matéria, mais desmaterializado é o seu corpo espiritual, situando-o em determinado nível vibratório. Como analogia, para facilitar o entendimento, podemos comparar com o rádio. Quando estamos procurando determinada estação (para ouvir as notícias do dia, por exemplo), mexemos no seletor até encontrar a freqüência daquela estação, processo chamado sintonia. Assim, podemos dizer que o Espírito, conforme o teor dos seus pensamentos, característico de seu nível evolutivo, sintoniza com determinado nível vibratório do mundo espiritual.
À medida que o Espírito evolui, ele vai aumentando o seu nível vibratório, podendo perceber os eventos que acontecem neste nível e também nos níveis inferiores, pois pode diminuir a sua vibração até eles. Porém nunca acima do seu próprio, salvo quando conseguir evoluir até eles. É dessa forma que os Espíritos superiores podem se fazer invisíveis aos menos adiantados, muitas vezes para auxiliá-los secretamente.
Conforme o Espírito André Luiz, no livro “Nosso Lar”, psicografado por Chico Xavier, os cenários do mundo espiritual são, muitas vezes, bastante semelhantes aos do mundo material. Prédios, casas, aparelhos eletrônicos, vegetação, necessidade de alimentar-se e até um ônibus voador fazem parte de suas descrições (Diga-se de passagem, bastante avançadas para a época em que foi escrito o livro).
A espiritualidade superior, através da ação do pensamento e da vontade sobre a matéria espiritual, criou milhares de colônias espirituais em volta da Terra. Sua semelhança com o mundo material, obviamente, deve-se ao grau de materialidade dos Espíritos que ainda necessitam daquelas instituições para reequilibrarem-se e aprenderem, rumo a graus mais elevados. Os Espíritos pouco evoluídos, ainda muito apegados à matéria, dificilmente se adaptariam a um ambiente que fosse muito diferente ao da Terra. Trata-se de uma zona de transição, ainda muito distante do máximo grau evolutivo a que podem chegar os Espíritos.
Outros médiuns poderosos, antes mesmo da codificação kardequiana (nome comum para as obras codificadas por Allan Kardec), obtiveram detalhes do plano espiritual que coincidem bastante com os relatos de André Luiz, como Emmanuel Swedemborg no século XVII, e Andrew Jackson Davis no século XIX.
Swedemborg, nas palavras de Sir Arthur Conan Doyle, no seu livro “História do Espiritismo”, através de sua clarividência:

“Verificou que o outro mundo, para onde vamos após a morte, consiste de várias esferas, representando outros tantos graus de luminosidade e de felicidade; cada um de nós irá para aquela a que se adapta a nossa condição espiritual. Somos julgados automaticamente, por uma lei espiritual das similitudes; o resultado é determinado pelo resultado global de nossa vida, de modo que a absolvição ou o arrependimento no leito de morte têm pouco proveito. Nessas esferas verificou que o cenário e as condições deste mundo eram reproduzidas fielmente, do mesmo modo que a estrutura da sociedade. Viu casas onde viviam famílias, templos onde praticavam o culto, auditórios onde se reuniam para fins sociais, palácios onde deviam morar os chefes (grifo nosso).”

Andrew Jackson Davis, ainda conforme Conan Doyle, na obra supracitada, a respeito da vida pós-morte, através de sua visão espiritual:

“Viu uma vida semelhante à da Terra, uma vida que pode ser chamada semimaterial, com prazeres e objetivos adequados à nossa natureza, que de modo algum se havia transformado pela morte (grifo nosso). Viu estudo para os estudiosos, tarefas geniais para os enérgicos, arte para os artistas, beleza para os amantes da Natureza, repouso para os cansados. Viu fases graduadas da vida espiritual, através das quais lentamente se sobe para o sublime e para o celestial (grifo nosso). Levou a sua magnífica visão acima do presente universo e o viu como uma vez mais este se dissolvia numa nuvem de fogo, da qual se havia consolidado, e, uma vez mais se consolidado para formar o estágio, no qual uma evolução mais alta teria lugar e onde uma classe mais alta se iniciaria do mesmo modo que algures a classe mais baixa. Viu que esse processo se renovava muitas vezes, cobrindo trilhões de anos e sempre trabalhando no sentido do refinamento e da purificação.”

O conceituado magnetizador francês Louis Alphonse Cahagnet, conforme Gabriel Delanne (citado no livro “Allan Kardec”, de Zeus Wantuil e Francisco Thiesen) foi “Um lutador soberbo”, “que teve a glória de fazer-se o que foi: um dos pioneiros da verdade”. Obtendo comunicações com os desencarnados, por intermédio de vários pacientes em estado sonambúlico, também obteve informações parecidas com as de André Luiz. Abaixo temos perguntas feitas por Cahagnet ao Espírito de um sacerdote católico e suas respectivas respostas, de um trecho do seu livro de 1847, de título original “Arcanes de La vie future dévoilés” (extraído do livro “ Allan Kardec”, acima citado):

P. – A forma da alma que tendes é perfeitamente semelhante à do corpo em que ela habitava?
R. – Sim.
P. – Vós dormis e comeis?
R. – Dorme e come quem quer; isto não é uma necessidade como no planeta; é mais uma satisfação para aqueles que o fazem.
P. – Morais numa casa como na Terra?
R. – Eu estou numa casa; há casas nesta vida, do mesmo modo que sobre a Terra.
P. – Há também cidades e aldeias?
R. - Eu não sei como se nomeiam as cidades no céu; basta dizer-vos que há casas. Não me ocupo do resto.
P. – Quais são as vossas ocupações ordinárias?
R. – Leio, escrevo e passo parte do meu tempo a aconselhar o bem aos indivíduos inclinados ao mal.
P. – Podeis então comunicar com eles?
R. – Sim, com os Espíritos deles.

Informações bastante semelhantes também foram obtidas durante várias ocorrências do fenômeno conhecido como Experiências-de-Quase-Morte (EQM), quando um indivíduo, estando numa situação próxima à morte, tem o seu corpo espiritual parcialmente desprendido do corpo físico. Numa média de 10 a 20% dos casos, após terem sido ressuscitadas pelos médicos ou, de alguma forma, se recuperarem, as pessoas conseguem lembrar o que perceberam durante o desprendimento, quando o coração e o cérebro estavam parados. O relato abaixo consta no livro “Vida Depois da Vida”, do Dr. Raymond Moody Jr. :
 “Sofri um ataque cardíaco e me encontrei em um vácuo negro, e aí soube que tinha deixado para trás o meu corpo físico. Sabia que estava morrendo e pensei: ‘Ó Deus, fiz o melhor que eu pude fazer na ocasião. Por favor me ajude’. Imediatamente, fui sendo movido para fora daquela treva, através de um cinzento pálido, e fui indo, flutuando e movendo rapidamente, e bem em frente, ao longe, via uma névoa cinza, e eu estava indo aceleradamente para lá. Não estava chegando tão rápido quanto queria, e, à medida que ia me aproximando, dava para ver através dela. Além da névoa, podia ver bem as pessoas, e as suas formas eram as mesmas que tinham tido na Terra, e dava para ver também coisas que pareciam construções (grifo nosso). Toda a cena estava permeada da mais encantadora luz ---- uma luz vívida, de brilho amarelo-ouro, de cor pálida, e não como o dourado berrante que conhecemos na Terra. Quando eu me aproximei mais, tive certeza de que ia passar através da névoa. Era uma sensação tão alegre e maravilhosa que não há palavras que a possam descrever. No entanto, ainda não tinha chegado a minha vez de ultrapassar a névoa, e isso porque vindo do outro lado instantaneamente apareceu na minha frente meu tio Carl, que tinha morrido muitos anos antes (grifo nosso). Ele bloqueou minha passagem dizendo: ‘ Volte. Seu trabalho na Terra ainda não acabou. Agora volte’. Eu não queria voltar, mas não tinha escolha, e imediatamente estava de volta ao meu corpo. Senti aquela dor horrível no peito e ouvi meu filhinho chorando: ’Deus, traga a minha mãe de volta’.”
            Retiro o relato seguinte de outro livro do Dr.Moody, de título “Reflexões Sobre Vida Depois da Vida":
“Havia uma espécie de vibração. Uma vibração que me cercava, envolvendo-me o corpo. Era como se o corpo vibrasse e não pude identificar a origem da vibração. Mas, quando o corpo vibrava, eu me separava dele. Então, podia vê-lo de fora... fiquei por perto durante algum tempo, observando os médicos e enfermeiras trabalharem no meu corpo, e tentando imaginar qual seria o resultado... fiquei à cabeceira da cama, olhando para eles e para meu corpo. A certa altura, uma enfermeira estendeu a mão para a parede atrás da cama, a fim de pegar a máscara de oxigênio que ali estava, e, ao fazê-lo, passou o braço através de meu pescoço...
 “ Em  seguida, flutuei, atravessando um túnel escuro... Penetrei no túnel negro e emergi numa luz brilhante... Um pouco mais tarde, eu estava com meus avós, meu pai e meu irmão, que já tinham morrido (grifo nosso)... A luz mais linda e brilhante nos inundava. E o lugar era lindo. Havia cores - cores vivas - não como as daqui da Terra, mas simplesmente indescritíveis. E pessoas – pessoas felizes... Pessoas por todos os lados, algumas reunidas em grupos. Algumas estavam aprendendo...
“ À distância... pude avistar uma cidade. Prédios... prédios separados uns dos outros. Eram polidos, brilhantes. As pessoas eram felizes ali. Água límpida, que refletia a luz, repuxos... creio que o melhor meio de descrever seria dizer ‘uma cidade de luz’(grifo nosso)... Esplendorosa. Tudo brilhava, uma maravilha... Mas se eu entrasse nela, creio que jamais teria voltado... Disseram-me que, se eu entrasse ali, não poderia regressar... que a opção era exclusivamente minha”.
        Durante as recordações de vidas passadas, seja as espontâneas ou em sessões de Terapia de Regressão a Vidas Passadas (ver o texto “Fortes Evidências da Reencarnação”, neste blog), muitas pessoas relataram o que aconteceu no intervalo entre as encarnações, também chamado de “período de intermissão”, descrevendo detalhes do mundo espiritual bastante semelhantes aos acima descritos.
Para pessoas pouco informadas sobre o assunto, à primeira vista podem parecer absurdas estas informações. Elas dizem: “prédios, construções no mundo espiritual? Isso é viagem”.
Contudo, fazendo-se uma comparação entre as informações obtidas pelas mais variadas e independentes fontes, vistas acima, e o relatado por André Luiz, vemos que existe grande coincidência em vários pontos (conforme o método kardequiano do Controle Universal dos Ensinamentos dos Espíritos), o que confere ao relatado no livro “Nosso Lar” alto grau de confiabilidade. 


Além disso, matéria sutil, invisível e imponderável, coexistindo lado a lado com a nossa, e universos paralelos, já são considerados teoricamente possíveis pela ciência “oficial”, com base na Física Quântica. Ver os artigos “Matéria e anti-matéria podem ser criadas do nada”, “Confirmado: a matéria é resultado de flutuações do vácuo quântico” e “Existirão vidas em outros universos?” no site Inovação Tecnológica, endereços eletrônicos abaixo.

Termino este texto com uma frase do grande astrônomo Camille Flammarion:

“O desconhecido de ontem é a verdade de amanhã”.

Este texto continua em "O Mundo Espiritual Parte 2", neste blog.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

1 DOYLE, Arthur Conan (Sir). História do espiritismo. São Paulo: Pensamento, [1999]. 498 p.;

2 KARDEC, Allan. A gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. 31 ed. Brasilia: FEB, 1944. 423 p.;
3 _____________. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro : Editora FEB,1995;

4 MOODY JR., Raymond A. Vida depois da vida. Rio de Janeiro: Nórdica, 1979.172p;
5 ______________________ Reflexões sobre Vida depois da vida. Rio de Janeiro: Nórdica, 1987. 166 p;

6 PARNIA, Sam. O que acontece quando morremos: um estudo sobre a vida após a morte. São Paulo: Larrouse, 2008. 246 p.;

7 WANTUIL, Zeus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec: pesquisa biobibliográfica e ensaios de interpretação. 3. ed. Brasília: FEB, 1980. 311 p., v. 2.;

8 XAVIER, Francisco Cândido. Nosso lar: quando o servidor está pronto, o serviço aparece. 19. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1944. 281 p. (ditado pelo espírito André Luiz).

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS CONSULTADOS:



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