terça-feira, 29 de novembro de 2011

“MEDIUNIDADE: UMA REALIDADE INTEREXISTENCIAL”

Recebemos um e-mail solicitando ajuda e divulgação para o programa de Rádio - Terceira Revelação - que trabalha na Divulgação da Doutrina Espírita em Recife e decidimos divulgar entre os amigos, usando o espaço do nosso Blog para isso. Espero que possamos de alguma forma, que os amigos possam igualmente divulgar e ajudar. Abaixo segue um pouco do que é o Programa Terceira Revelação e do cartaz do Seminário sobre Mediunidade que será realizado no dia 11/12/2011 em Recife com renda revertida para o Projeto do Programa.

Abraços fraternos,

Emanuella e Fábio Bezerra.

PROGRAMA ESPÍRITA TERCEIRA REVELAÇÃO (NO AR DESDE 28/01/2006) RÁDIO LITORAL FM 93,9 MHz - RUA CANGUÇU, 51 VASCO DA GAMA - Recife-PE - Brasil 

- Você conhece o nosso trabalho?
- Já esteve conosco pelo menos uma vez?
- Já ouviu algum comentário a respeito?
- Ou já conseguiu ouvir o programa pelo rádio?
- Acha válido que tenha um programa espírita em rádio?

Pois bem, esse trabalho está correndo o risco de sair do ar, pelo menos temporariamente, por falta de verba para custear as despesas relativas à sua manutenção, quais sejam:

- R$ 200,00 (duzentos reais) do aluguel da emissora; Além das despesas com transporte, talão de recibo, envelope, impressão, xerox, telefone, água mineral, papéis e canetas.

Atualmente estamos com um saldo de R$ 455,00 (quatrocentos e cinquenta e cinco reais), o que significa que temos apenas 2 (dois) meses de programa garantido. Talvez, a falta de oportunidade tenha nos impedido de esclarecer alguns pontos:

Eu, Midian Cruz, ainda como produtora, apresentadora e operadora da mesa de som do programa, juntamente com uma equipe com quem divido a locução e o atendimento ao telefone, fazemos um trabalho voluntário, igual ao que é realizado dentro das instituições espíritas, onde o colaborador/médium/estudioso dos ensinamentos de Jesus e das revelações codificadas por Kardec, sabe que todas as virtudes são dignas de méritos porque representam sinal de progresso, no entanto, só a caridade fundada no desinteresse absoluto, pode ser a mais meritória. Com esse ensinamento venho, há quase 6 (seis) anos desenvolvendo esse trabalho, onde a verdadeira intenção é procurar dinamizar e congregar o movimento espírita, divulgando as instituições, endereços, dias de reuniões públicas, suas palestras e palestrantes, seus eventos extras e até mesmo as tarefas que são comuns a toda casa espírita, como evangelização infanto juvenil, distribuição de sopas, enxovais, bazar, feirinhas, cursos, etc., com o desejo de vivenciar entre os irmãos de fé o real sentido da fraternidade.
Falamos e ouvimos que é preciso espiritualizar o ser humano e promover o bem, mas como podemos fazer isso sem a divulgação do bem? Observamos o momento grave que vivemos, onde as mídias dão ênfase às notícias sobre crimes, roubos, corrupção, pedofilia, drogas e tudo o que alimenta e estimula os sentimentos mais primitivos latentes em todos nós... ainda! E nós, detentores de tantas revelações, o que estamos fazendo? Será que as "massas", não tem direito a esse conhecimento fora de um centro espírita?

Observemos o pensamento de Allan Kardec (OP, Projeto 1868):

“Dois elementos devem concorrer para o progresso do Espiritismo; estes são: o estabelecimento teórico da Doutrina e os meios para popularizá-la. Uma publicidade, numa larga escala, feita nos jornais mais divulgados, levaria ao mundo inteiro, e até aos lugares mais recuados, o conhecimento das idéias espíritas, faria nascer o desejo de aprofundá-los, e, multiplicando os adeptos, imporia silêncio aos detratores que logo deveriam ceder diante do ascendente da opinião”.

Percebeu que Allan Kardec falou em “popularizar a Doutrina”? E o que é popularizar?

Certamente popularizar a Doutrina não é ter Centros Espíritas apenas para alguns poucos escolhidos. Percebeu que Allan Kardec também falou em “uma publicidade, numa larga escala, feita nos jornais mais divulgados”. (página da web Caminhosdeluz) Se àquela época existisse o rádio, sem nenhuma dúvida o nosso codificador não deixaria de citá-lo. Voltando aos fatos:

Nestes cinco anos que estamos à frente do programa, muitos contribuintes deixaram de colaborar, e a maioria, sem sequer dar uma explicação; e eu também não procurei questioná-los porque entendo que diante do que já sabemos, a palavra empenhada ou a expressão "conte comigo" é compromisso firmado com a própria consciência; e, certamente alguns desses irmãos passam por dificuldades, o que é compreensível. Cobrar é muito constrangedor. Mas devo lembrar que há um contrato, onde há o compromisso de pagar à emissora todo dia 20 (vinte) de cada mês, o valor acima citado, assim como há também um documento que deixa claro que o trabalho em relação à emissora é voluntário e que qualquer dano pessoal que venha a ocorrer no exercício do mesmo é da minha inteira responsabilidade, assim como de todos os integrantes da equipe. Além do número de contribuintes ter diminuído, e as despesas terem aumentado, os que continuam a colaborar permanecem dando o mesmo valor. Sem contar que os apoios culturais (comerciais), perdem o interesse pelo fato de que o programa só vai ao ar aos sábados. Aos que não sabem, caso haja interesse em manter no ar o PROGRAMA ESPÍRITA TERCEIRA REVELAÇÃO, pense nisso:

- As contribuições mensais podem ser de R$ 1,00 (hum real) até o orçamento e a condição de cada pessoa permitir;

- Todo e qualquer valor recebido é passado recibo e registrado em caderno para a prestação de contas nas reuniões da AG-3 que ocorrem todo 3º sábado de cada mês no CENTRO E. MOACIR (R. Paula Batista, 205 - Casa Amarela);

- Juntamente com o valor do saldo anterior, a entrada do mês em pauta e a saída, há também comprovantes como os recibos da emissora e despesas com transporte.

- Estamos no momento com:

2 contribuintes de R$ 15,00 (quinze reais)=..........R$ 30,00
4 contribuintes de R$ 10,00 (dez reais)=.............. R$ 40,00
1 contribuinte de R$ 5,00 (cinco reais)..................R$ 5,00
1 apoio cultural de R$ 50,00 (cinquenta reais)......R$ 50,00
1 apoio cultural de R$ 25,00 (vinte e cinco reais)..R$ 25,00
1 apoio cultural de R$ 15,00 (quinze reais)............R$ 15,00
1 apoio cultural de R$ 10,00 (dez reais).................R$ 10,00
1 instituição de C. Amarela R$ 20,00 (vinte reais).R$ 20,00

TOTAL = R$.........195,00 (cento e noventa e cinco reais)

Para com todos esses irmãos tenho eterna e profunda gratidão pelo apoio, confiança que demonstraram para comigo nesses anos, e por terem compreendido a importância da divulgação da nossa amada doutrina. Diante do exposto, gostaria de pedir-lhe para divulgar nosso seminário, que é uma estratégia emergencial para a continuidade do programa. Finalizo com um lembrete do amoroso Bezerra de Menezes: "Recordemos, na palavra de JESUS, que 'casa dividida rui', todavia ninguém pode arrebentar um feixe de varas que se agregam numa união de forças"(B.Menezes). Fraternal abraço.

Midian Cruz - Contato: 8101-7595, 3447-4353

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

POR QUE DEVEMOS FAZER O BEM ?



Nas religiões ao redor do mundo, encontramos um ensinamento em comum. É a Regra de Ouro:

 Budismo:
 - "Não firas os outros de um modo que não gostarias de ser ferido "Udanda-Varqa 5:18

 Zoroastrismo:
 - "Aquela natureza só é boa quando não faz ao outro aquilo que não é bom para ela própria" Dadistan-i Dinik 94:5

  Judaísmo:
  - "O que te é odioso, não faças ao teu semelhante. Esta é toda a Lei, o resto é comentário." Talmude, Shabbat 31a

  Hinduísmo:
  - "Esta é a soma de toda a verdadeira virtude: trate os outros tal como gostarias que eles te tratassem. Não faças ao teu próximo o que não gostarias que ele depois fizesse a ti." Mahabharata

  Cristianismo:
  - "O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles." Lucas 6:31

  Islamismo:
  - "Nenhum de vós é um crente até que deseje a seu irmão aquilo que deseja para si mesmo." Sunnah

  Taoísmo:
  - O homem superior "deve apiedar-se das tendências malignas dos outros; olhar os ganhos deles como se fossem seus próprios, e suas perdas do mesmo modo." Thai-Shang

 Confucionismo:
  - "Eis por certo a máxima da bondade: Não faças aos outros o que não queres que façam a ti" Analectos XV,23

  Fé Bahá'í:
  - "Não desejar para os outros o que não deseja para si próprio, nem prometer aquilo que  não pode cumprir." Gleenings

             A Espiritualidade Superior, em várias épocas da humanidade, conforme a cultura de cada época e lugar, veio inspirar os homens com sua sabedoria e exemplos, para fazê-los avançar na senda do progresso, através de mensageiros como Jesus, Buda e Krishna.
            Agora, paremos para pensar, um instante, em todos os problemas da sociedade humana: a fome, a miséria, a carência educacional de muitos, a corrupção, a violência, as guerras, etc.
 Vemos poucas pessoas realizando todas as fantasias, satisfazendo todos os caprichos e usufruindo da posse de todos os bens que o dinheiro pode comprar, ao lado de muitas pessoas carentes, algumas das quais falta até o necessário para sua sobrevivência e pleno desenvolvimento físico e mental.
Vemos homens públicos, que deveriam zelar pelo bem-estar de toda a população de seu país, realizando verdadeiras “farras” com boa parte dos recursos destinados à educação, à manutenção e recuperação da saúde, à segurança, à criação de empregos e geração de renda. Prejudicam, dessa forma, aqueles menos favorecidos, contribuindo para o aumento da fome e da miséria, tendo como efeito colateral a propagação da violência e o aumento do tráfico de drogas. Isso sem falar nas altas taxas de mortalidade devido à precária assistência médica. Os privilegiados financeiramente, em contrapartida, precisam encher-se de vários apetrechos de segurança, isolar-se em condomínios fechados, não sair livremente pelas ruas, receando serem assaltados, seqüestrados, etc. Seus filhos, freqüentemente, são assediados pelos traficantes de drogas.
Vemos um clima de hostilidade e competitividade entre as pessoas, que freqüentemente não se compreendem, agredindo-se mutuamente. Muitas vezes causam sofrimentos, prejuízos umas às outras para obter vantagens, poder, dinheiro, ou inflar os seus egos. A inveja, o orgulho, a vaidade e o ciúme encontram aí campo fértil.
Vemos países fomentando a guerra, por sectarismo religioso ou atendendo a interesses econômicos e territoriais. Impera, entre os homens, de um modo geral, um forte individualismo.
O EGOÍSMO é a raiz de todos esses males.
Envolvidos que estamos por este mundo, muitas vezes nos deixamos levar pela ilusão de ser esta a única e verdadeira vida. Lutamos desesperadamente para sermos felizes aqui e agora. Não hesitamos, por várias vezes, em machucar, prejudicar o outro, para obtermos o nosso intento. Apegamo-nos excessivamente aos bens e prazeres transitórios desta vida, e quando os perdemos, passamos por uma verdadeira tortura.
Contudo, somos Espíritos imortais habitando um corpo frágil e perecível, verdadeiro material didático que Deus, em sua infinita bondade, nos proporciona. Através dele, vivemos as mais diversas experiências na escola chamada Terra. Aqui estamos, na verdade, para desenvolver a nossa inteligência e o amor ao nosso semelhante, a fim de obtermos, dessa forma, a verdadeira felicidade. O paraíso não é um lugar circunscrito, e sim, um estado de consciência, quando a plena sabedoria e moralidade nos colocam em contato direto com o Criador. Não, não nos iludamos, a morte não é o fim de tudo, só mera etapa que todos nós, um dia, teremos de passar. O instante necessário para alcançarmos a vida maior.
O caminho para a verdadeira felicidade, tanto individual quanto para toda a sociedade humana, encontra-se no cultivo da humildade, no desapego aos bens materiais e em buscar sempre compreender e auxiliar o próximo. Dessa forma, já nesta existência, adquirimos uma felicidade relativa, pois nos livramos das torturas morais provocadas pela inveja, pelo ciúme, pelo orgulho ferido, pela vaidade frustrada, pelos desentendimentos e a ansiedade por adquirir bens materiais e poder. Criamos para nós, muitas vezes, falsas necessidades, muito acima do que realmente é necessário para a nossa vida, e devido a isso nos atormentamos voluntariamente.
Auxiliando o próximo, obtemos a alegria de sermos úteis a alguém. Sim, podemos nos sentir felizes com a felicidade dos outros. Podem atestar este fato aqueles que realizam trabalho voluntário, os que dedicam parte de seu tempo, seus recursos intelectuais e financeiros para ajudar as pessoas. Fazer o bem faz bem, sendo a aquisição desta forma de felicidade apenas uma questão de desenvolvimento de potencialidades adormecidas em nossa alma.
Além disso, todos nós somos irmãos em Deus, e é nosso dever nos ajudarmos mutuamente. Tudo o que fizermos de mal, conscientemente, aos nossos irmãos, ou toda a ajuda que deixarmos de prestar e, por conta disso, eles sofrerem, este mal se voltará contra nós, obedecendo à Lei de Causa e Efeito. Podemos não sentir enquanto estamos no corpo físico, mas, após a morte, temos nossa sensibilidade bastante aumentada, e é outro o nosso ponto de vista. Nossas imperfeições, quando estamos no mundo espiritual, são, para nós, como nódoas, manchas em nosso Espírito, que repercutem em nosso corpo espiritual de diversas formas. O sentimento de culpa, advindo de nossos erros, castiga nossa consciência (muitas vezes de forma bastante violenta), que necessita, para seu alívio, reparar o erro cometido. Esta reparação é feita, muitas vezes, em encarnações onde nos comprometemos a fazer o bem, ajudando aqueles a quem fizemos mal, ou a outras pessoas, ou voltamos para sofrer da mesma forma que aqueles a quem prejudicamos. Tal mecanismo não possui caráter de castigo, mas tão somente educativo, para modificar as disposições íntimas do Espírito, que, sabendo aproveitar as reflexões aí proporcionadas, avança muito na sua evolução moral.
Os hábitos é que fazem da pessoa o que ela é. Nossa personalidade é o somatório de tudo aquilo que adquirimos ao longo desta vida e nas anteriores. Bem sabemos que modificar nossas tendências não é nada fácil. Contudo, nossa reforma íntima deve ser realizada pouco a pouco, na medida de nossas possibilidades. A prática do bem ao nosso semelhante possui fundamental importância nesse processo, pois, através dela, com o tempo, adquirimos o hábito de fazer o bem. O que inicialmente sentimos como uma obrigação passa a ser algo muito natural, incorporado que fica à nossa personalidade.
Os Espíritos da codificação disseram a Kardec, na pergunta nº 908 de “O Livro dos Espíritos”, que nossas emoções são como um cavalo, que só é útil quando governado, e se torna perigoso quando passa a governar. Ou seja, nossas emoções são as forças que nos impulsionam, nos dão ânimo, mas cabe à nossa inteligência dar o rumo certo para nossos pensamentos e atitudes.
 Já o Cristo nos aconselhou a orar e vigiar para não cairmos em tentação. Ou seja, nossa mudança, rumo à melhoria de nós mesmos, é exercício constante. Devemos vigiar sempre nossa atitude íntima, para não cairmos no erro, solicitando sempre a inspiração dos benfeitores espirituais.
Cabe a cada um de nós a realização da reforma íntima, eliminando gradualmente nossas imperfeições, para que sejamos felizes, educarmos nesse sentido os nossos filhos e darmos o exemplo a eles e ao nosso próximo, inspirando-os, dessa forma, a fazerem o mesmo.

BIBLIOGRAFIA

 1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: princípios da doutrina espírita. 76. ed. Rio de Janeiro: FEB, [1995].
2 _______________. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3.ed. São Paulo: Petit, [1997].

ENDEREÇO ELETRÔNICO :

 http://www.rcgg.ufrgs.br/cap8.htm  (Preâmbulo da Carta das Nações Unidas)

domingo, 6 de novembro de 2011

O QUE SOMOS NÓS?


Fábio José Lourenço Bezerra

                Nos últimos 400 anos, a cultura ocidental vem se pautando por uma visão limitada do universo. Desde o Renascimento, tentando substituir a visão de mundo imposta pela igreja, que naquele período ameaçava com a fogueira quem ousasse desafiar a concepção universal aristotélico-tomista, na qual baseava sua teologia, os pensadores da época passaram a investigar o universo ao seu redor com a metodologia conhecida como método científico.
                O método científico surgiu mediante os trabalhos de grandes homens como Kepler, Copérnico, Galileu, Descartes e Isaac Newton. Daí em diante, passou a vigorar, no ocidente, o paradigma cartesiano-newtoniano, cuja característica é ser dualista (separação mente/corpo e homem/universo), reducionista (as interações atômico-moleculares, exclusivamente, são as responsáveis pelo funcionamento do universo e do ser humano) e mecanicista (o universo é como um imenso mecanismo de relógio, que funciona de acordo com os princípios da física newtoniana).
                Para Galileu, o que não podia ser medido nem quantificado não era científico. Porém, muitos cientistas trocaram o termo científico por existente, isto é, para eles, o que não pode ser medido nem quantificado é considerado inexistente.
                Descartes acreditava que devia ser separada a mente do corpo. Este, assim como o universo, deveria ser estudado pela ciência, enquanto que a mente possuía outra natureza. Contudo, como não foi possível quantificar a mente, muitos cientistas (os mesmos que citamos no parágrafo acima) chegaram à conclusão de que ela e o corpo eram uma coisa só, sendo a mente produto do corpo. O homem, de acordo com esse pensamento, seria mero robô biológico e o pensamento, os sentimentos, a personalidade, enfim,  a consciência humana, não passaria de mera secreção do cérebro, sendo este o resultado de inúmeras experiências realizadas pelo “deus acaso” ao longo de milhões de anos, durante a evolução “Darwiniana” da vida.
               Dessa forma, para muitos homens de ciência, sobretudo ocidentais, como só o que podem medir e quantificar é matéria, passaram a adotar a crença materialista, isto é, para eles, só o que existe é matéria.
                Todavia, ao longo da história da humanidade, por inúmeras vezes os paradigmas foram quebrados, devido a novas informações que contradiziam o modelo vigente. Assim, o Homem um dia acreditou ser a Terra o centro do Universo, com estrelas, planetas, e até o sol girando ao seu redor; que do céu não caíam pedras; que o átomo era indivisível; que o Universo era estático; que era impossível para o homem voar; que era impossível que, através de um fio metálico não oco, o homem pudesse se comunicar a longas distâncias; que era impossível viajar a velocidades acima de 30 KM/h, pois do contrário o indivíduo ficaria sem poder respirar.
Hoje sabemos que a Terra gira em torno do Sol, que por sua vez gira em torno de uma galáxia, a Via-Láctea, e esta é apenas uma dentre as dezenas de bilhões de galáxias conhecidas; diariamente pedras caem do céu: são os meteoros, popularmente conhecidos como estrelas cadentes; o átomo é composto por várias sub-partículas, e átomos mais pesados podem ser quebrados mediante fissão nuclear; o Universo está em expansão, com as galáxias se afastando umas das outras como manchas pintadas em uma bola de soprar que se enche, processo iniciado desde o Big Bang ; voar hoje se tornou uma rotina, e nesse momento uma sonda espacial (a Voyager II) se distancia do sistema solar rumo a destino ignorado; temos a internet, permitindo ao homem compartilhar informações de um pólo a outro do globo terrestre. Seria possível ao homem do século 19 sequer imaginar a internet? ; temos hoje carros que correm a mais de 300 KM/h, sem que o piloto, ao viajar neles, sufoque por isso.
A concepção de realidade do ser humano modificou-se radicalmente na medida em que ele adquiria conhecimentos e questionava o que se supunha real até então. Quando o homem descobriu a existência dos microrganismos (bactérias, protozoários, etc.), sua noção de vida mudou radicalmente, não só pela descoberta da origem de diversas doenças, como também a possibilidade de existirem seres vivos de dimensões tão reduzidas, que comparados a nós, estão muito mais próximos do nível molecular, uma verdadeira revolução na ciência de então, conhecimento este que teve de enfrentar muita resistência para ser aceito pela comunidade científica da época. Descobria-se um novo mundo.
Quando observamos os materiais ao nosso redor (as paredes da nossa casa, as portas, os móveis, nosso corpo, etc.) pensamos que são compactos, densos. Porém, após as experiências de Rutheford em 1911, sabemos que o raio dos átomos é de 10.000 a 100.000 vezes maior que o núcleo, isto é, se o núcleo tivesse o tamanho de uma bola de pingue-pongue (o núcleo concentra praticamente toda a massa de átomo), o átomo teria o diâmetro do tamanho do estádio do Maracanã. A matéria que conhecemos é cheia de espaço vazio (cerca de 99,99%), apesar de nossos sentidos dizerem o contrário.
O ambiente à nossa volta é percorrido por ondas eletromagnéticas de diversos comprimentos de onda (microondas, radiação infravermelha, ondas de rádio, raios ultravioleta, etc.), algumas podemos verificar a presença quando ligamos o rádio, a televisão, quando atendemos o celular. Estes aparelhos conseguem captar estas ondas e transformá-las em estímulos que podem impressionar nossos sentidos. Contudo, nossos sentidos nada captam diretamente. Alguns insetos percebem a radiação ultravioleta, assim como os cães percebem sons de alta freqüência, que nós humanos não percebemos. O sol, os planetas, as galáxias, os quasares, emitem ondas eletromagnéticas que podem ser captadas pelos nossos radiotelescópios. No entanto, na antiguidade não existia esse equipamento. Para os povos antigos, essas ondas não faziam parte da sua concepção de realidade. Mas por esse fato, essas ondas eram menos reais do que são hoje?
Os astrofísicos da atualidade estimam que apenas 4% da matéria do nosso Universo é conhecida, sendo os outros 96% composto de energia e matéria escuras, de composição desconhecida.
A física quântica veio revolucionar o que se conhecia até então sobre o mundo subatômico (Ver o texto “Por que ser Espírita?”, neste blog). Para Niels Bohr “todo juízo de existência é abusivo”, isto é, segundo Bohr, o objetivo da ciência é o de apenas descrever os fenômenos da natureza, porém jamais o de explicar a realidade. De acordo com Bernard Despagnat, um dos mais eminentes teóricos da física quântica, além dos fenômenos naturais apreendidos pela ciência, existiria uma “realidade última”, “velada”, diante da qual a ciência permanece muda, pois ela só pode apreender, operacionalmente falando, os seus reflexos. A realidade manifesta, percebida, seria um mero reflexo do real.
O brilhante astrônomo Camille Flamarion, no século 19, escreveu: “ O desconhecido de ontem é a verdade de amanhã”.
O que pensar de todas as informações acima? Que conceitos podemos formar do que seja realidade? A realidade é um conceito relativo, limitado ao que conhecemos, modelo mental de realidade que criamos, podendo o mesmo, a qualquer momento, ser quebrado por novas descobertas.
A história da ciência, como vimos acima, nos mostra que devemos ter a mente sempre aberta a novas idéias. Devemos estar sempre dispostos a rever nossos paradigmas, evitando assumir uma postura arrogante, sendo humildes perante aquilo que desconhecemos, seguindo o exemplo de um grande filósofo da antiguidade, Sócrates, que disse: “Só sei que nada sei!”. Claro que não devemos simplesmente adotar toda e qualquer idéia ou informação que nos seja apresentada, e sim pô-la em exame rigoroso, porém nada rejeitando a priori. Foi com essa postura que grandes homens de ciência revolucionaram o mundo com suas descobertas, contrariando a muitos, contribuindo para a construção da base na qual se assenta o conhecimento científico atual.
O Espiritismo surgiu a partir do estudo de fenômenos que não se encaixam nas leis naturais conhecidas pela ciência oficial (aqueles que, falando de uma forma geral, hoje chamamos de fenômenos paranormais), e cujos postulados vêm sendo confirmados por inúmeros pesquisadores independentes, muitos não espíritas (Ver o texto “Por que ser Espírita?”, neste blog).
Um fator, alegado por muitos cientistas, causador do desinteresse de boa parte da comunidade científica para com os fenômenos espíritas, é que eles não podem ser reproduzidos à vontade num laboratório, quantas vezes se queira, como ocorre com as reações químicas, por exemplo, ou experiências relativas à eletricidade. Ora, nem por isso cientistas de renome deixaram de estudá-los, como foi o caso de William Crookes, que realizou experiências muito bem sucedidas com os médiuns Daniel Dunglas Home e Florence Cook. É necessária boa dose de paciência, para deixar os fenômenos ocorrerem espontaneamente, pois deve ser lembrado o fato de se estar lidando com inteligências possuidoras de vontade própria, sendo necessário, portanto, o respeito a essa vontade, sem a qual os fenômenos não se processam. Junte-se a isso o fato de que, assim como determinadas reações químicas só ocorrem sob determinadas condições (ausência ou presença de luz, temperatura, pressão, adição de determinado catalisador, etc.) obedecendo a leis químicas e físicas, os fenômenos espíritas só ocorrem quando as condições do ambiente onde se dá a experiência sejam adequadas, pois não só o médium como também quem assiste às experiências afeta os resultados, seja com pensamentos, seja com substâncias prejudiciais que tenham ingerido antes (álcool, fumo, etc.). Os assistentes também contribuem, embora em menor escala, com ectoplasma, inconscientemente, para a produção dos fenômenos. A luz, por exemplo, dificulta a materialização dos espíritos, por desagregar o ectoplasma, embora algumas experiências de materialização tenham sido bem sucedidas em plena luz. Estes fenômenos obedecem a leis físicas às quais estamos bem longe de compreender. Muito do obtido nas experiências deve-se à orientação dos próprios espíritos, conhecedores destas leis. Devemos respeitá-las, assim como em qualquer experiência científica tradicional.
Além disso, será que podemos simplesmente ignorar o testemunho de milhões e milhões de pessoas que presenciaram estes fenômenos (inclusos aí vários cientistas de renome em sua época), de todo o mundo e das mais diferentes culturas, inclusive existindo vários registros históricos deles?

         A Doutrina Espírita vem nos revelar que somos Espíritos. Ser Imortal, fonte da inteligência, memória, sensações, emoções, personalidade e vontade do ser humano. Muito além do corpo físico, que nada mais é do que uma veste, que é trocada quando necessário. Com o potencial de atingir níveis de inteligência e moralidade cada vez maiores, ou seja, de evoluir.

          Paralelo ao nosso universo material, existe um universo de matéria sutil, imperceptível aos nossos cinco sentidos e aos nossos atuais instrumentos, muito mais amplo e complexo que o nosso, que poderíamos chamar de Mundo Espiritual. Ele já existia antes da formação do nosso universo (Ver os textos “O Mundo Espiritual” e “O Mundo Espiritual - Parte 2”, neste blog).

          O Espírito, aglutinando em torno de si matéria do Mundo Espiritual, forma o chamado corpo espiritual, também chamado de Perispírito (palavra que significa: em torno do Espírito). É ele que é visto quando acontecem as aparições de fantasmas. O corpo espiritual serve de intermediário entre o Espírito e o corpo físico, funcionando como elo de ligação e canal de troca de informações entre ambos. 
 Assim como o corpo físico nos serve para transitar pelo mundo material, percebê-lo e interagir com ele, da mesma forma, o corpo espiritual nos serve como veículo e meio de interação com o mundo espiritual, assumindo a forma do corpo físico que tivemos em nossa última encarnação (Espíritos que já atingiram certo grau evolutivo podem dar a seu corpo espiritual a forma que desejarem). Ainda estando em um baixo nível evolutivo, molda-o com a forma de sua última encarnação, porém de forma inconsciente.
Com o corpo espiritual, o Espírito estabelece a sua individualidade, perante os demais, no mundo espiritual.
Contudo, apenas quando desencarnado, isto é, após a morte, ele pode perceber o mundo espiritual, pois uma vez estando ligado a um corpo físico, ele só percebe através deste, pelos cinco sentidos, as impressões do mundo material. A exceção a esta regra são os médiuns, que podem perceber o mundo espiritual mesmo estando encarnados, conforme o seu tipo, ou tipos, de mediunidade, e do quanto esta está desenvolvida. O único tipo de percepção que todos os Espíritos encarnados possuem, sem exceção, relativamente ao mundo espiritual, é a intuição. É através dela que recebemos sugestões dos Espíritos desencarnados, sejam eles bons ou maus, e que, muitas vezes, tomamos como se fossem nossos próprios pensamentos.
As diferenças morais e intelectuais, que verificamos entre as pessoas, resultam dos diferentes graus de evolução que possuem. Se são muito inteligentes e/ou bons, é que desenvolveram essas qualidades ao longo de suas várias existências no mundo material. Mesmo esquecendo os detalhes das vidas anteriores (memória factual) temporariamente durante a vida presente, os Espíritos encarnados conservam a memória intuitiva do que aprenderam em outras existências, e isso os impele a formar sua personalidade atual, juntamente com tudo o que o ambiente proporciona durante a vida, principalmente na infância. A capacidade de aprender essa ou aquela matéria da escola, as tendências para essa ou aquela profissão, gostos, fobias (como a claustrofobia, que é o medo de ficar em lugares fechados), que não possuem explicação nesta existência, é devido ao que foi adquirido em vidas anteriores. Isso sem falar que o cérebro possui grande influência nesse processo, atuando como filtro, inibindo ou liberando essas potencialidades, dependendo do desenvolvimento ou não de suas partes constituintes, responsáveis por essa ou aquela função mental (memória, raciocínio, emoções, etc). A deficiência mental e a loucura, por exemplo, existem devido a essa influência. Espíritos de grande desenvolvimento intelectual podem estar aprisionados em um corpo cujo cérebro, pouco desenvolvido, os impede de manifestar sua inteligência.
Os diferentes graus evolutivos dos Espíritos se devem ao fato de eles terem sido criados simples e ignorantes e em tempos diferentes, dependendo o grau de evolução da maior ou menor experiência adquirida, ou seja, o número de encarnações por que já passaram. O Espírito permanece, por vezes, temporariamente estacionário, por sua própria vontade, apegado que fica, em alguns casos, àquela condição, até conscientizar-se da necessidade de evoluir.
Todos os Espíritos são iguais, não existindo privilégios, pois foram criados com as mesmas potencialidades e as mesmas oportunidades de evoluir e chegar à perfeição, quando, a partir daí, desfrutam da felicidade absoluta, prêmio que recebem após uma longa e laboriosa jornada evolutiva. Condizente com a soberana justiça e bondade do Criador.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

1 TARNAS, Richard. A epopéia do pensamento ocidental, 2005.
2 NOVAIS, Vera Lúcia Duarte de. Química Geral, 1983.
3 PESSIS-PASTERNAK, Guitta. Do caos à inteligência artificial, 1993.
4 GOLDSTEIN, Karl. Transcomunicação instrumental, 1992.
5 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos, 1992.
6 DOYLE, Arthur Conan. História do Espiritismo.
7 WEISS, Brian L. Muitas vidas, muitos mestres, 1988.
8 WAMBACH, Helen. Recordando vidas passadas, 1978.
9 MOODY Jr., Raymond A. Vida depois da vida, 1979.
10 ANDRADE, Hernani Guimarães. Parapsicologia: uma visão panorâmica, 2002.
11 WALLACE, Alfred Russel. O Aspecto Científico do sobrenatural.
12 LIMA, Ronie. A Vida Além da Vida, 2005.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CRIANÇAS QUE LEMBRAM DE VIDAS PASSADAS


Fábio José Lourenço Bezerra

Conforme já mencionamos no texto “Fortes Evidências da Reencarnação”, neste blog, muitos casos de crianças que lembram espontaneamente de vidas passadas foram registrados no mundo. O Dr Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia, Estados Unidos, durante 40 anos de pesquisa, estudou cerca de 2700 casos. O continuador de sua pesquisa é o Dr Jim Tucker, psiquiatra infantil da mesma universidade.
                Abaixo colocamos dois vídeos onde aparecem casos estudados pelo Dr. Jim Tucker.




ENDEREÇOS ELETRÔNICOS :

http://www.youtube.com/watch?v=rfiP55BUb5Y&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=_1843VxTLjo&feature=related