domingo, 4 de dezembro de 2011

VALORES DE VIDA ETERNA


Fonte da imagem: http://espiritismo-estudo-duvidas.com/2012/06/17/imortalidade/

Fábio José Lourenço Bezerra

                O Espiritismo nos diz que o surgimento de tudo o que existe possui uma causa primeira: a inteligência suprema, que chamamos de Deus.
                Igualmente, diz que Deus é Eterno, Imutável, Imaterial, Infinito, Todo-Poderoso, Soberanamente Justo e Bom.
                Para habitar e atuar, sob sua supervisão, na sua Criação, fez surgir o Espírito, ser eterno, inteligente, sensível e dotado de personalidade e vontade próprias. Criou, e até hoje cria, inúmeros Espíritos, pois sua criação é infinita. Também criou um lugar para morada dos Espíritos, o Mundo Espiritual.
                Ele destinou aos Espíritos a suprema felicidade, esta sendo fruto da plena sabedoria, da comunhão entre eles e com o Criador. Contudo, quis Deus que este ser aprendesse, logo de início, os valores da humildade e do trabalho: criou-o simples e ignorante, tendo que conquistar a sabedoria através de muito esforço, para dar valor à mesma. Assim, o mérito pela sabedoria adquirida é todo seu.
                Dando meios de aprendizado para o Espírito, além do Mundo Espiritual, criou o Mundo Material. Aqui, ele recebe como veículo o corpo físico, frágil e perecível, capaz de lhe transmitir dor, que ele tem de sustentar com o trabalho (o seu corpo e daqueles que dependem dele, como no caso dos filhos), e onde ele está, temporariamente, esquecido de sua condição de Ser Imortal. Assim, na luta pela sobrevivência, pela fuga do sofrimento e em busca de prazer e conforto, ele é impelido a desenvolver sua inteligência e emoções.
                Contudo, estagiar uma única vez no mundo material é insuficiente, pois múltiplas devem ser as experiências a que tem de se submeter o Espírito, a fim de se desenvolver, da mesma forma que um estudante tem de passar por várias séries na escola, para a conclusão do seu curso. Dessa forma, são inúmeras as vezes em que ele se reveste de um corpo físico, ou seja, reencarna.
É no mundo material que os Espíritos põem em prática as idéias e resoluções que tiveram no mundo espiritual, no intervalo entre as encarnações e também, muitas vezes, durante o sono, quando estão parcialmente desprendidos do corpo físico. Estas surgem para eles, enquanto encarnados e despertos, na forma de intuições e tendências, que os impelem a executá-las. A tarefa, de nos aconselhar e lembrar, através da inspiração, dos compromissos assumidos no mundo espiritual, também fica a cargo dos bons Espíritos, especificamente aqueles que se encarregaram de nos tutelar em nosso aprendizado e nos proteger.  São os Espíritos protetores e guias espirituais, popularmente conhecidos como anjos da guarda. Contudo, nem sempre acatamos suas sugestões, envolvidos que ficamos pelo mundo material.
                Conforme já mencionamos acima, as fontes da suprema felicidade do Espírito, além da plena sabedoria, são a comunhão com seus irmãos e com Deus. O Criador, dessa forma, criou os Espíritos interligados entre si. Quando um deles faz algum malefício ao outro, é como estivesse sendo feito consigo próprio, pois se reverterá para ele, obedecendo à Lei de Causa e Efeito. Dessa forma, o egoísmo é um sentimento ilusório, característico de Espíritos ainda bastante inexperientes.
                Cansados de sofrer, devido às conseqüências da prática de malefícios e excessos de toda ordem, e constatando a fragilidade e transitoriedade dos bens e prazeres materiais, os Espíritos, finalmente, convencem-se de que o caminho para a felicidade plena e duradoura está no cultivo, em si mesmo, de valores de vida eterna. O amor ao próximo, a humildade e o total desapego do mundo material proporcionam-lhes grande leveza e paz interior. A harmonia e a união entre eles, em total sintonia uns com os outros, e a satisfação com a prática do bem, constitui-se em fonte de incomensurável alegria. O imenso intelecto, construído ao longo das várias vidas pelas quais passaram, dá-lhes uma visão de conjunto que lhes permite admirar a perfeita obra do Criador de forma muito mais completa. Nesse estágio, são capazes até mesmo de receber as inspirações diretas de Deus.
                Contudo, Deus não lhes destinou à inatividade, a ficar eternamente em contemplação (aliás, isso seria uma verdadeira tortura para os Espíritos. Um tédio eterno). Conforme o grau de evolução intelectual e de maturidade moral, Ele lhes atribui tarefas, que executam com grande satisfação. São inúmeras as tarefas destes Espíritos, que vão desde auxiliar diretamente o aprendizado dos menos experientes, até a criação e o governo de universos, de mundos e das mais variadas formas de vida material. Como nos diz o Espírito André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier: ”Quando o servidor está pronto, o serviço aparece”.
                Conforme o exposto acima, devemos cultivar em nós, pouco a pouco, na medida de nossas possibilidades, os valores de vida eterna, aqueles que não se destroem, nos fortalecem e encorajam diante da morte, da velhice, das doenças, da escassez de bens materiais, enfim, diante de todas as mazelas do mundo material.
                Termino este texto com as palavras do Espírito de Verdade:            
“Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar que estendas a mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instrui-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam : "Irmãos ! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.” [...].
O Espírito de Verdade. (Paris, 1860)

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: princípios da doutrina espírita. 76. ed. Rio de Janeiro: FEB, [1995].
2 _______________. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 3.ed. São Paulo: Petit, [1997].

3 _______________. O Céu e o Inferno: ou a justiça divina segundo o Espiritismo. 36.ed. Rio de Janeiro:FEB, [1990].
4_______________. A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. 31 ed. Brasilia: FEB, 1944. 423 p.
5 XAVIER, Francisco Cândido. Nosso lar: quando o servidor está pronto, o serviço aparece. 19. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1944. 281 p. (ditado pelo espírito André Luiz).

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