sábado, 23 de junho de 2012

A BÍBLIA CONDENA O ESPIRITISMO?


Moisés, um dos grandes médiuns da Bíblia

Fábio José Lourenço Bezerra

                Em muitas oportunidades, certos membros das religiões Católica e Protestante vêm afirmando que a Bíblia condena o Espiritismo. Com isso, demonstram não conhecer nem uma coisa nem outra, ou agem por pura má-fé ou fanatismo religioso.
Dissemos certos membros, porque essa opinião não é compartilhada por todos os que adotam as denominações religiosas supracitadas. Os que realmente conhecem a Bíblia e o Espiritismo, em sua essência e significado, pensam diferente.
Por exemplo, temos o caso de um ilustre teólogo protestante, professor de teologia da Universidade da Islândia e membro da Sociedade Bíblica Inglesa, Haraldur Nielsson. Traduziu a Bíblia para o islandês e escreveu o livro “O Espiritismo e a Igreja”, atualmente editado no Brasil pela editora Correio Fraterno. Embora não tenha se tornado espírita, se opõe às levianas afirmações de que a Bíblia condena as sessões e manifestações espíritas, reconhecendo a natureza dos livros Bíblicos e defendendo a interpretação espírita da Bíblia. Ele demonstra, em sua obra, que o termo transe vem da Bíblia, e diz: “O próprio Paulo nos diz que estava frequentemente em transe. O apóstolo Pedro conta-nos a mesma coisa”. Sobre a advertência de João para verificarmos “se os Espíritos são de Deus”, lembra-nos que Paulo também advertiu: “ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz anátema contra Jesus...” (I Coríntios, 12:3). Diz-nos também que o dom mediúnico era usado entre os cristãos primitivos: “Segundo a concepção dos tempos apostólicos, os espíritos podiam ser bons ou maus, muito evoluídos ou inferiores e atrasados.” (Ver o texto "Ilustre Teólogo Protestante Confirmou: Os Fenômenos Espíritas Existem", neste blog). 
Outros exemplos:
O Pastor Nehemias Marien, em sua obra "Jesus, A Luz da Nova Era", nos diz: " A doutrina Espírita é essencialmente cristã e tem o seu fundamento nas Sagradas Escrituras. O espiritismo deve ser entendido como um dos mais caudalosos afluentes do cristianismo. A mediunidade é um fenômeno que se observa em toda a Bíblia, através dos textos nela psicografados. nela, os redatores sagrados se manifestam como amanuenses do Espírito: não escreveram de si mesmos mas inspirados pelo Espírito de Deus, afirma o apóstolo Paulo."

          O professor Romeu Amaral Camargo, ex-diácono da I Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo, escreveu o livro “De Lá e de Cá”. Neste livro, ele cita a passagem bíblica que consta no livro de Números, capítulo 11, versículos de 26 a 29. Eldad e Medad foram tomados e profetizavam, isto é, transmitiam comunicações de Espíritos. O fato foi denunciado a Josué, e este pediu a Moisés que proibisse as comunicações. A resposta de Moisés foi esta: “Que zelos são esses, que mostras por mim? Quem dera que todo o povo profetizasse, e que o Senhor lhe desse o seu espírito?” Comentário do professor Camargo: “médium de extraordinárias faculdades, Moisés sabia que Eldad e Medad não eram mercenários nem mistificadores, não procuravam comunicar-se com o mundo invisível, mas eram procurados pelos espíritos.”      
O Padre François Brune escreveu o best seller  “Os Mortos nos Falam”, um livro sobre transcomunicação instrumental; 
O Papa João Paulo II, diante de mais de 20.000 pessoas presentes na Basílica de São Pedro, em 2 de Novembro de 1983, disse:
“O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois, na realidade, a vida não está limitada pelos horizontes do mundo.”
                Agora, poucas pessoas se lembram, mas essa declaração foi amplamente publicada nos jornais Italianos da época.
O Padre Gino Concetti, comentarista do L’Osservatore Romano, o diário oficial do Vaticano, e um dos seus teólogos mais competentes, disse, em entrevista para o programa fantástico, à repórter da rede globo Ilze Scamparini:
“O Espiritismo existe. Há sinais na Bíblia, na Sagrada Escritura, no Antigo Testamento. Mas, não é do modo fácil como as pessoas acreditam. Nós não podemos chamar o Espírito de Michelangelo ou de Raphael. Mas como existem provas nas Sagradas Escrituras, não se pode negar que existe essa possibilidade de comunicação.”
Em entrevista publicada no Jornal Ansa, da Itália, em Novembro de 1996, disse:
“Segundo o catecismo moderno, Deus permite aos nossos caros defuntos, que vivem na dimensão ultraterrestre, enviar mensagens para nos guiar em certos momentos de nossa vida. Após as novas descobertas no domínio da psicologia sobre o paranormal a Igreja decidiu não mais proibir as experiências do diálogo com os trespassados, na condição de que elas sejam levadas com uma finalidade séria, religiosa, científica.” (Ver o texto Igreja Católica Reconhece Comunicação com os Espíritos, neste blog.)
Vejamos o que o ex-seminarista, estudioso do hebraico e das religiões, principalmente do Judaísmo, Severino Celestino da Silva, diz em sua obra “Analisando as Traduções Bíblicas”, logo na Introdução:
“A Bíblia é o livro mais lido no ocidente e um dos mais aceitos do mundo. Nós acreditamos, plenamente, nas verdades existentes em suas páginas, mas, não nas alterações que nela fizeram os homens. Muita coisa foi perdida em sua tradução e, por essa razão, precisa ser melhor analisada.
Sabemos que possui um conteúdo moral e sobretudo ecumênico, uma vez que aí não é citada nenhuma religião. Na primeira Aliança (Velho Testamento), predomina o monoteísmo, condução do povo para um único Deus. Nos Evangelhos (Segunda Aliança), encontramos Jesus ensinando os mais lógicos princípios de moral e espiritualismo sem, no entanto, evidenciar qualquer religião, a não ser afirmando que não viera destruir a lei nem os Profetas, representação do judaísmo, que era a sua religião.
Durante muito tempo, nós temos convivido com as informações dos textos bíblicos que nos são trazidas por tradutores ocidentais e sobretudo por tradutores não espíritas. O resultado é que ficamos à mercê dos que nos transmitem conceitos, dentro de suas interpretações pessoais. Temos ainda o desprazer de conviver com as informações tendenciosas que cada um coloca em suas traduções bíblicas, fazendo uma exegese puramente pessoal e informando, categoricamente, que a Bíblia condena o Espiritismo.
A Bíblia passou por muitas fases até chegar ao seu estágio atual. Desde a sua língua original até chegar ao Ocidente, passou do hebraico para o grego na famosa tradução dos Setenta (LXX – Septuaginta), daí para o Latim com a Vulgata de São Jerônimo, depois para os diversos idiomas ocidentais e, finalmente, para o português até as nossas mãos.
O interessante, nisso tudo, é que são encontradas muitas diferenças de tradução entre elas. E por quê? O texto que as originou não foi o mesmo? Por que falta unanimidade em suas traduções?
E a única resposta encontrada é esta: a questão pessoal que cada corrente religiosa coloca em sua tradução.
Sempre nos surpreendemos ao ouvir pessoas afirmarem que a Bíblia condena o espiritismo. E gostaríamos de questionar com a seguinte pergunta: qual a Bíblia que condena o Espiritismo?
Não é difícil concluir que houve uma desnaturação dos conceitos mais evidentes da Bíblia, adulterando-se a sua verdadeira essência.
Na verdade, a Bíblia, em sua língua original, não condena o Espiritismo, pois este nem existia na época em que os profetas receberam os seus livros sagrados.
Os textos hebraicos do Tanách, os textos gregos da Septuaginta (LXX – Bíblia em grego) e os textos da Vulgata (Bíblia em latim) também não trazem condenação ao Espiritismo, o que é lógico, visto que o Espiritismo não existia no período em que estas traduções foram realizadas.
E de onde vêm, então, a condenação ao Espiritismo e a mediunidade citada em versículos dessas Bíblias?
Fica fácil deduzir quem foram os responsáveis por estas introduções tendenciosas nos textos sagrados.
Na questão 1009 do Livro dos Espíritos, Platão faz referência á necessidade de que se faça uma consulta aos textos sagrados em suas fontes originais, mostrando que os Gregos, os Latinos e os Modernos não deram a mesma significação aos textos originais hebraicos, em específico com relação às penas eternas.
O rabino Moshe Grylak afirma, em sua obra “Reflexões da Torá”, que não é possível, para nenhum de nós, avaliar os eventos bíblicos, pois a distância física e de tempo impede uma avaliação objetiva e abrangente.
Como pode alguém julgar com tanta veemência textos do passado, adaptando-os às realidades do presente, bem como às suas crenças e convicções pessoais?
Os textos das sagradas escrituras, em sua língua original, o hebraico, não possuem, em nenhuma de suas páginas, condenação à Doutrina Espírita ou a qualquer outro princípio religioso. Todos sabem disto, inclusive seus tradutores. As citações que usam com referência à Doutrina Espírita são de livre responsabilidade deles.
A Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas, por exemplo, considerada a melhor edição da Sagrada Escritura, em português, traz, em sua apresentação, a informação de que sua tradução foi realizada por uma equipe de exegetas católicos e protestantes. No entanto, aparece, em suas páginas, a condenação á interrogação de Espíritos. Isto em um texto que não possui a palavra espírito no original (veja Dt. 18, 11). Por que será que estes tradutores procederam assim?
Diante do que encontramos nos textos traduzidos, podemos concluir que, se eles conhecem os textos, não conhecem o Espiritismo e ainda possuem tendência contra a Doutrina Espírita, o que é lamentável, pois sabemos que o próprio Cristo perdoou as “prostitutas” e os “Zaqueus” da vida.
No entanto, podemos observar ao longo da história que nossos irmãos tradutores ainda não aprenderam a respeitar aqueles que fazem parte de outro credo religioso, ainda que seja este, um credo Cristão.
Os homens criaram, através dos tempos, conceitos e adaptações dos textos bíblicos às suas conveniências pessoais. E o resultado é que, ainda hoje, são encontradas, no ocidente, muita discrepância, discordância e derivações da Bíblia. Começa pela diferença entre a Bíblia católica com 73 livros e a Protestante com 66, quando a Bíblia hebraica tem apenas 39 livros.
Além disso, temos ainda as seguintes Bíblias conhecidas em nossa língua: A Bíblia Sagrada, traduzida em português por João Ferreira de Almeida (Sociedade Bíblica do Brasil) que é a mais aceita pelos protestantes, a Bíblia de estudo Pentecostal, (Assembléia de Deus, baseada também na tradução de João Ferreira de Almeida), a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (Testemunhas de Jeová), a Bíblia de Jerusalém (traduzida por exegetas Católicos e Protestantes), a Bíblia Tradução Ecumênica (traduzida por estudiosos de diversas confissões cristãs e do Judaísmo). Cada uma delas diz ser a mais correta e a mais digna de fé de ofício.”
Em sua obra, Severino Celestino segue nos informando sobre a história das traduções da Bíblia e analisando, baseado em seu amplo conhecimento do hebraico, várias passagens da mesma, principalmente aquelas que, normalmente, são utilizadas para atacar o Espiritismo. Demonstra-nos que ela está repleta de fenômenos mediúnicos, seja no Velho, seja no Novo Testamento. Obra de leitura obrigatória, tanto para espíritas quanto para não espíritas que se interessam pelo estudo da Bíblia em seu texto original.
Vejamos, por exemplo a análise que ele faz de certas traduções:
“Observe a ‘Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas’ dos nossos irmãos ‘Testemunhas de Jeová’ (Levítico  20,27): ‘E quanto ao homem ou à mulher em quem se mostre haver um espírito mediúnico ou um espírito de predição, sem falta devem ser mortos. Devem atirar neles pedras até morrerem. Seu próprio sangue está sobre eles’. (tradução incorreta).
A tradução da 35ª. Edição da Bíblia, realizada pelo centro Bíblico Católico, Editora Ave Maria, para esse versículo, é a seguinte: ‘Qualquer homem ou mulher que evocar os espíritos ou fizer adivinhações, será morto. Serão apedrejados, e levarão a sua culpa’.(tradução incorreta).
Observe que não existe harmonia nas traduções acima e nas por nós aqui apresentadas, além de uma tendência natural e proposital de condenação ao ‘Espiritismo e aos médiuns”, por parte dos seus tradutores, colocando palavras que, como já demonstramos, não existerm no texto original.
Agora confira a tradução correta do versículo:
‘E o homem ou mulher que for necromante ou adivinho será condenado à morte. Eles serão apedrejados. Seus sangues contra eles'.
E acompanhe a análise do Deuteronômio 18, o mais citado dos textos contra o Espiritismo.
“[...] Comecemos pelas recomendações de Moisés no Versículo 9 do deuteronômio 18. ’Quando entrares ou chegares na terra que Iahvéh teu Deus te dá, não aprendas a fazer as abominações daquelas nações’.
Aqui começam as recomendações. A quem são dirigidas estas recomendações?
Aos espíritas?
Claro que não!
‘Quando entrares na terra que Iahvéh te deu’
Quando quem entrar?
Certamente Moisés se refere aos ‘Benei Israel’, filhos de Israel, ou povo de Israel. E a que terra prometida por Deus se refere Moisés?
Sabemos que o autor sagrado se refere à terra de Canaã ou terra prometida.
Ora, se estas recomendações foram dirigidas aos filhos de Israel ou Hebreus, nós, espíritas, 4.000 anos depois, não temos a menor responsabilidade sobre esse fato, pois por acaso, recebemos de Moisés a incumbência de ir para a terra prometida?
Parece-nos que os desejosos de atacar, a todo custo, o seu ‘PRÓXIMO’ só porque possui outra filosofia religiosa, ficam tão presos às questões críticas e pessoais, que não percebem a verdadeira época e origem dos textos sagrados e a quem eles foram dirigidos.”
  Em sua obra, já citada, Severino Celestino analisa um caso de divergência nas traduções de Salmo 19:8 em várias Bíblias:
   "Observemos as traduções existentes em algumas Bíblias estudadas: 
 "A lei do senhor é perfeita, e refrigera a alma". João Ferreira de Almeida - Bíblia protestante da Sociedade Bíblica do Brasil.
  "A lei do senhor é perfeita, reconforta a Alma". Bíblia católica -Editora Ave Maria.
  "A lei de Iahvéh é perfeita, faz a vida voltar". Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas.
 "A lei do Senhor é perfeita, ela dá a vida". A Bíblia Tradução Ecumênica. Edições Loyola, 1994.
 "A lei de Iahvéh é perfeita, faz a vida voltar; o testemunho de Iahvéh é firme, torna o sábio simples". Tradução da Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas, São Paulo 1985."
 "[...] Por que tantas divergências de significado para uma única frase? Qual é o real significado desta frase? E o que leva os tradutores a se perderem tanto?
  Como explicar esta falta de unanimidade de entendimento ou, ainda, por que esta tendência de ocultar ou mudar o sentido original do texto? Especificamente, neste caso, onde o significado literal da frase é "retorno do espírito".
  No entanto, a tradução literal correta desta frase é a seguinte:
  "Os ensinamentos de Iahvéh são perfeitos, fazem o espírito voltar ou fazem com que o espírito volte".
 Seguindo o sentido literal da frase, perguntamos ao leitor: Como é que o espírito volta? "Volta do espírito", "retorno ou regresso do espírito". Isto, como sabemos, só pode ocorrer por meio da reencarnação. 
 Estudos históricos evidenciam que o Velho Testamento, incluindo-se, evidentemente, os cinco livros de Moisés (o Pentateuco), foram escritos vários séculos após a morte do mesmo, tendo passado, durante este tempo, de geração em geração por tradição oral. Evidentemente que, neste período, muita coisa deve ter sido distorcida, pois é fato conhecido que “quem conta um conto aumenta um ponto”. Apenas após o exílio na Babilônia é que Esdras reuniu e compilou os livros orais (guardados na memória) e proclamou-os como a Lei do Judaísmo, ditada por Deus.
Onde estão os originais do novo testamento, que foi escrito nos séculos I e II? Existem apenas alguns fragmentos do evangelho de João, datado do ano 125, e outro, mais completo, do ano 200. O que temos são cópias das cópias das cópias, e em grego antigo, que não é a língua original dos apóstolos, supostos escritores. O número delas, atualmente, chega a mais de cinco mil. Além disso, as cópias existentes são bastante contraditórias entre si, com claros sinais de adulteração pelos copistas (monges e escribas, que executavam este trabalho manualmente), seja acidental ou intencionalmente, para favorecer a interpretação desta ou daquela corrente ideológica, uma vez que é sabido que, no início, existiram vários cristianismos. Como exemplos de correntes cristãs primitivas, temos os ebionitas, os marcionitas, os gnósticos, os cátaros, os borgomitas e aqueles que podemos chamar de ortodoxos, dos quais originou-se a atual igreja Católica (Ver o texto Quem é Jesus?, neste blog).
Conforme nos diz J.Herculano Pires, em seu excelente livro “Visão Espírita da Biblia”:
“O estudos bíblicos se processam no mundo em duas direções diversas: há o estudo normativo dos institutos religiosos, ligados às várias igrejas, que seguem as regras de hermenêutica e a orientação de pesquisas destas igrejas; e há o estudo livre dos institutos universitários independentes, que seguem os princípios da pesquisa científica e da interpretação histórica. O espiritismo não se prende a nenhum dos dois sistemas, pois sua posição é intermediária. Reconhecendo o conteúdo espiritual da Bíblia, o Espiritismo a estuda à luz dos seus princípios, em harmonia com os métodos da antropologia cultural e dos estudos históricos.”
“[...] A origem mediúnica das religiões é hoje uma tese provada pelas pesquisas antropológicas e etnológicas. Só os materialistas a rejeitam.”
“[...] A origem da Bíblia é um capítulo natural desse processo geral que originou as religiões.” (Ver o texto O que são médiuns? – Parte 2, neste blog)
“[...] mas não pense o leitor que são os espíritas que afirmam a origem mediúnica da Bíblia. Quem afirmou foi o apóstolo Paulo, quando declarou peremptoriamente: ‘Vós recebestes a lei por ministérios de anjos’, isto em Atos, 7:53, explicando ainda em Hebreus 2:2: ’Porque a lei foi anunciada pelos anjos’, e confirmando na mesma epístola, 1:14: ’Espíritos são administradores, enviados para exercer o ministério’. Antes, em Hebreus, 1:7, Paulo, depois de advertir que deus havia falado de muitas maneiras aos profetas, acrescenta: ‘Sobre os anjos, diz: o que faz os seus anjos espíritos e os seus ministros chamas de fogo.’
Está claro que os anjos são espíritos, reveladores das leis de Deus aos homens, como diz o Espiritismo. Paulo vai mais longe, afirmando em Atos 7:30-31, que Deus falou a Moisés através de um anjo na sarça ardente. Veja-se o que ficou dito acima: os anjos são espíritos, ministros de Deus, que o faz chama do fogo, nas aparições mediúnicas.”
“[...] O ministério dos anjos, esse ministério divino, a que o apóstolo Paulo se referiu tantas vezes, é exercitado através da mediunidade (Ver o texto O Que são Médiuns?, neste blog). A própria Biblia nos relata uma infinidade de comunicações mediúnicas. Veja-se, por exemplo, as palavras do rei Samuel, em provérbios, 31:1-9, que, segundo o texto bíblico, são ‘a profecia com que lhe ensinou sua mãe’. Temos ali uma comunicação espírita integralmente reproduzidas na Bíblia. A mãe do rei Samuel (não em forma de anjo, mas na sua própria forma humana) aparece ao Rei e lhe dita a mensagem.
A Bíblia condenou essa comunicação? Não. Pelo contrário, aprovou-a e transcreveu-a. em Números 11:23-25, temos a descrição de dois fatos mediúnicos valiosos. Primeiro, o Senhor fala a Moisés. Depois, Moisés reúne os setenta anciãos, formando uma roda, e o Senhor se manifesta materialmente, descendo numa nuvem. Temos a comunicação pessoal de Jeová a Moisés, e a seguir o fenômeno evidente de materialização de Jeová, através da mediunidade dos anciãos, reunidos para isso na tenda. A nuvem é a formação de ectoplasma na qual o Espírito se corporifica.
Só os que não conhecem os fenômenos espíritas podem aceitar que ali se deu um milagre, um fato sobrenatural." (Ver o texto O Que são Médiuns?, neste blog)
Conforme demonstramos amplamente neste texto, a Bíblia não condena o Espiritismo. Aliás, só com a chave que o Espiritismo fornece, como vimos acima, é que podemos compreender muitas passagens da Bíblia.
          Este texto continua em "A Bíblia Condena o Espiritismo? Parte 2 - A Bíblia Sob a Ótica Espírita", neste blog.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

1 KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro : Editora FEB,1995.;

2_____________ . O Evangelho segundo o Espiritismo. São Paulo : Editora Petit, 1997.;

3______________.A Gênese: Os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: Editora FEB, 1988;

4 SILVA, Severino Celestino da. Analisando as traduções bíblicas:refletindo a essência da mensagem bíblica. João Pessoa: Editora Núcleo Espírita Bom Samaritano, 2000.

5 PIRES, José Herculano. Visão espírita da Biblia. São Paulo: 6 ed.Correio Fraterno [2009];

6 EHRMAN, Bart D.O Problema Com Deus: as respostas que a Bíblia não dá ao sofrimento. Rio de Janeiro, Editora Agir, 2008;

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS:







   

  
   



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