sábado, 9 de fevereiro de 2013

O QUE O ESPIRITISMO NOS DIZ SOBRE O CARNAVAL?


Fonte da imagem: http://atriomental.blogspot.com.br/2012/02/carnaval-decadencia-da-moral-humana.html

Fábio José Lourenço Bezerra

            Conforme já tratamos no texto Os Espíritos Influenciam Nossas Vidas?, neste blog, os Espíritos desencarnados são atraídos pelos nossos pensamentos, podendo simpatizar-se com nossos gostos e comportamentos. Aqueles que ainda não se desapegaram dos vícios enquanto estavam encarnados, como pelo álcool, as drogas, o sexo desregrado, etc., podem juntar-se a nós e nos estimular à prática desses vícios mais e mais, para que eles, através de nós, possam desfrutar desses maus hábitos, levando-nos a caminhos muitas vezes tenebrosos e, até mesmo, criminosos. O mesmo acontece no carnaval, onde muitas pessoas procuram cometer todo tipo de excessos.
O carnaval, em si, é uma bonita manifestação cultural, quando tiramos os exageros e a apelação à sexualidade. O problema é a intenção daqueles que participam da festa, e as tentações a que ficam expostas. Nessa época, uma massa de desencarnados viciosos mistura-se aos foliões, criando uma pesada psicosfera em torno dos focos de folia. Aquelas pessoas que, durante a folia, não mantiverem pensamentos equilibrados, podem sofrer péssimas influências.
Abaixo, transcrevemos um texto psicografado por Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, extraído da obra “Entre os Dois Mundos”, Capítulo 4, que trata justamente da atuação desses Espíritos durante o carnaval:


 (...). Em face dos desconcertos emocionais que os exageros festivos produzem nas criaturas menos cautelosas, há uma verdadeira infestação espiritual perturbadora da sociedade terrestre, quando legiões de Espíritos infelizes, ociosos e perversos, são atraídas e sincronizam com as mentes desarvoradas. Nesse período instalam-se inumeráveis obsessões coletivas que entorpecem multidões, dizimam existências, alucinam valiosos indivíduos que se vinculavam a formosos projetos dignificadores.
 A seguir, convocou-nos a visitar uma das capitais brasileiras próxima, na qual a explosão de alegria popular, num denominado festival de verão, era ampliada pelo abuso do álcool, das drogas e do sexo desvairado. Imediatamente vimo-nos em movimentada artéria praiana, feericamente adornadas, na qual centenas de milhares de pessoas entregavam-se ao desbordar das paixões.  A música ensurdecedora atordoava a massa informe, compacta e suarenta que se agitava ao ritmo alucinante, enquanto era estimulada por especialistas na técnica de agitação popular.
Acurando a vista, podia perceber que, não obstante a iluminação forte, pairava uma nuvem espessa onde se agitava outra multidão, porém, de desencarnados, mesclando-se com as criaturas terrestres de tal forma permeada, que se tornaria difícil estabelecer fronteiras delimitadoras entre uma e outra faixa de convivência. A nudez predominava em toda parte, os movimentos sensuais e eróticos dos corpos com abundante transpiração exsudavam o forte cheiro das drogas ingeridas ou injetadas, produzindo estranho quanto desagradável odor às nossas percepções.
 No pandemônio natural que se fazia, esses espíritos, perversos uns, exploradores outros, vampirizadores em número expressivo, exploravam seus dependentes psíquicos em lamentável promiscuidade, submetendo-os a situações deploráveis e a prazeres grosseiros que nos chocavam, apesar da nossa larga experiência em relação a conúbios dessa ordem... Eu imaginava, como é possível que o ser humano destes formosos dias de cultura, de ciência e de tecnologia, se permitiam tantas sensações selvagens e irresponsáveis!
 O desfile parecia não ter fim, sempre aturdido pelos conjuntos musicais de textura primitiva, que os hipnotizavam, impedindo o discernimento. Era compreensível que se permitissem todos os tipos de lascívia e de perversão, já que a multidão era um corpo uniforme, no qual as pessoas não dispunham de espaço para a livre movimentação, ensejando a confusão dos sentidos e a mescla absurda dos atritos físicos.
Tratava-se, porém, do culto à deusa Folia, numa enxurrada física e psíquica das mais vulgares e pervertidas, em cujo prazer todos entregavam-se ao olvido da responsabilidade, ao afogamento das mágoas e à liberação das paixões primitivas. Jovens e adultos pareciam haver perdido o direcionamento da razão, deixando-se enlouquecer pelo gozo exagerado, como se tudo ficasse centralizado naquele momento e nada mais houvesse após.
 Criminosos de várias classes misturavam-se aos foliões esfuziantes e tentavam furtá-los, roubá-los, agredindo-os com armas brancas, ao tempo em que psicopatas perversos utilizavam-se da confusão para darem largas aos distúrbios que os assinalavam. Altercações e brigas violentas, que culminavam em homicídios infelizes, misturavam-se aos disparates da festa que não cessava, porque, naquela conjuntura, a vida era destituída de significado e de valor.
 Não saíra da perplexidade em que me encontrava, quando o irmão Petitinga veio em meu auxílio, comentando:
- Passada a onda de embriaguez dos sentidos, os rescaldos da festa se apresentarão nos corpos cansados, nas mentes intoxicadas, nas emoções desgovernadas e os indivíduos despertarão com imensa dificuldade para adaptar-se à vida normal, às convenções éticas, necessitando prosseguir na mesma bacanal até a consumpção das energias.
 “Amolentados pelas extravagâncias, saudosos da luxúria desmedida e ansiosos por novos acepipes, tentarão transformar todas as horas da existência no delírio a que ora se entregam... Tentarão investir todos os esforços para que se repitam os exageros, e porque as loucuras coletivas fazem-se com certa periodicidade e eles dependem desse ópio para esquecer-se de si mesmos, passam a viver exclusivamente o dia-a-dia do desequilíbrio em pequenos grupos, nos barzinhos, nos guetos e lugares promíscuos, nos subterrâneos do vício onde se desidentificam com a vida, com o tempo e com o dever.
“Tornando insuportável a situação de cada uma dessas vítimas voluntárias do sofrimento futuro, os parasitas espirituais que se lhes acoplam, os obsessores que os dominam, explorando suas energias, atiram-nos aos abismos da luxúria cada vez mais desgastante, do aviltamento moral, da violência, a fim de mantê-los no clima próprio, que lhes permite a exploração até a exaustão de todas as forças.”
 “É muito difícil, no momento, estancar-se a onda crescente da sensualidade, do erotismo, da depravação nas paisagens terrenas, especialmente em determinados países. Isto porque, as autoridades que governam algumas cidades e nações, com as exceções compreensíveis, estão mais preocupadas com a conquista de eleitores para os iludir, do que interessadas na sua educação.
 "A educação, que liberta da ignorância, desperta para o dever e a conscientização das massas, não sendo de valor para esses governantes, porque se o povo fosse esclarecido os desapeava do poder de que desfrutam, em face da claridade mental e do discernimento. Reservam então altas verbas para serem aplicadas no desperdício moral, disfarçando as doações sob a justificativa de que se trata de utilização para o lazer e a recreação, quando estes são opostos aos exageros dos sentidos físicos. Mais recentemente, foram encontradas outras explicações para a legalização das bacanais públicas, sob os holofotes poderosos da Mídia, como sejam as do turismo, que deixa lucros nas cidades pervertidas e cansadas de luxúria."
 É certo que atraem os turistas, alguns para observar os estranhos comportamentos das massas, que têm em conta de subdesenvolvidas, de atrasadas, de primitivas, permanecendo em camarotes de luxo, como os antigos romanos contemplando as arenas festivas, nas quais os assassinatos legais misturavam-se às danças, às lutas de gladiadores e ao teatro fescenino... Outros, para atenderem aos próprios tormentos, malcontidos, que podem ser liberados com total permissão, durante os festejos incomuns. E outros, porque necessitam de carnes novas para o comércio sexual, especialmente se está recheado de crianças vendidas por exploradores hábeis e pais infelizes."
“Por outro lado, os veículos de informação de massa exaltam o corpo, fomentam as paixões sensoriais, induzindo as novas gerações e os adultos frustrados ao deboche, ao fetiche das sensações, transformando a sociedade em um grande lupanar."
 “Não é do meu feitio entretecer considerações que possam tornar-se críticas destrutivas, mas havemos de convir que, sobreviventes que somos da morte, não podemos deixar de considerar que os enganos foliões de hoje serão os desencarnados tristes de amanhã, queiramos ou não, sendo de lamentar-se a situação na qual despertarão após a perda do corpo físico.”
 “Só a educação, em outras bases, quando a ética e a moral renascerem no organismo social, irá demonstrar que para ser feliz e para recrear-se, não se torna imperioso o vilipêndio do ser, nem a sua desintegração num dia, esquecendo-se de sua eternidade”. Nesse comenos, o nosso condutor convidou-nos para a primeira tarefa que se iniciara naquela cidade mesmo, embora o som terrível e flagelador da música agressiva e da algazarra dos seus aficionados.”
           

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

1  KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro : Editora FEB,1995.;

2 FRANCO, Divaldo Pereira; MIRANDA; Manoel Philomeno de (Espírito). Entre os dois mundos. 


2 comentários:

  1. É necessário olhar todos os lados da comemoração e não apenas o lado ruim ,ex : arte , alegria das pessoas , e uma das apresentações mais belas do mundo , esquecimento das coisas ruins e olhar o lado bonito da união de muitas pessoas e lembrando onde tem muitas pessoas reunidas acontecem coisas ruins como nas cidades , palestras, shows , etc....O que se deve falar , comentar é : orientar as pessoas para festa sadia como eu tive em toda a minha vida , pedir orientação a espíritos evoluídos e atualizados . Que assim seja ...

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    1. Caro anônimo,

      De fato, como eu escrevi no início do texto, o carnaval, em si, é uma bonita manifestação cultural, quando tiramos os exageros e a apelação à sexualidade. O problema é a intenção daqueles que participam da festa, e as tentações a que ficam expostas. Quem conseguir, como você, brincar o carnaval em harmonia de pensamentos, curtindo a música, a alegria e as manifestações culturais, sem exageros de nenhuma espécie, é muito válido. O problema é que, para muitas pessoas, o carnaval está associado à permissividades de todos os tipos, como a promiscuidade sexual, a alcoolatria e a violência. O lema do carnaval, para essas pessoas, é "tudo é permitido". Isso gera uma pesada psicosfera nos focos de folia. Quem for propenso a algum dos excessos supracitados e fraquejar na vigilância íntima, será arrastado pelas influências espirituais animalescas do ambiente.

      Abraços fraternos

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