quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A REALIDADE DOS VISITANTES DE OUTROS MUNDOS ENCOBERTA


Fonte da imagem: http://centinela66.com/2015/04/16/estados-unidos-libera-su-documentacion-clasificada-sobre-ovnis-desde-1947-a-1969/

Fábio José Lourenço Bezerra

         Dando continuidade a nosso texto anterior (Ver "Os OVNIS Existem e Confirmam o Princípio Espírita da Pluralidade dos Mundos Habitados ?", neste blog), postamos um dos melhores documentários sobre OVNIs já produzidos, e outro excelente vídeo. Neles, constam os depoimentos de muitas autoridades, como ex-oficiais militares, ex-agentes de departamentos ultra-secretos, ex-astronautas e cientistas norte-americanos. Eles denunciam (e muitos deles se propôem a repetir tudo perante o Congresso), as manobras de acobertamento do governo dos EUA em relação aos OVNIs, bem como para desacreditar importantes testemunhas, que avistaram e registraram OVNIs no céu, no espaço, e inclusive na lua. Nossos irmãos de outros planetas e/ou outras dimensões, muito mais avançados tecnologicamente do que nós, têm nos observado de perto há muito tempo. Vale muito a pena conferir !








ENDEREÇOS ELETRÔNICOS CONSULTADOS:

https://www.youtube.com/watch?v=xcTskAgySwA

https://www.youtube.com/watch?v=-086O3ryu1c

sábado, 16 de janeiro de 2016

QUEM REALMENTE É O ESPÍRITO DE VERDADE, QUE PRESIDIU O ADVENTO DO ESPIRITISMO ?


Fonte da imagem: http://espiritosublime.blogspot.com.br/2012/04/advento-do-espirito-de-verdade-03042012.html

Fábio José Lourenço Bezerra

O Espírito de Verdade é uma entidade de grande superioridade espiritual, que estava no comando da revelação do Espiritismo na Terra, como nos informa Allan Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no Capítulo VI:

“[...] O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade (grifo nosso).”

O Espírito de Verdade é um único Espírito, e não uma plêiade de Espíritos Superiores. Isso pode ser evidenciado já no início de “O Livro dos Espíritos”, nos Prolegômenos, quando os Espíritos responsáveis pelo texto assinam:

“São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito da Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, etc., etc.”

Na segunda parte do livro “Obras Póstumas”, Kardec nos informa como ficou sabendo que o Espírito de Verdade era o seu guia espiritual:

MEU GUIA ESPIRITUAL

25 DE MARÇO DE 1856
(Em casa do sr. Baudin, méd. srta. Baudin).
 
Eu morava, nessa época, na rua dos Mártyrs, nº 8, no segundo andar, no fundo do corredor. Uma noite, estando em meu gabinete de trabalho, pequenos golpes reiterados se fizeram ouvir contra a divisória que me separava do quarto vizinho. De início, não lhe prestei nenhuma atenção; mas, como esses golpes persistiam com mais força, mudando de lugar, fiz uma exploração minuciosa dos dois lados da divisória, escutei se provinham de um outro andar, e não descobri nada. O que havia de particular é que, cada vez que eu fazia procuras, o ruído cessava, e recomeçava logo que me repunha a trabalhar. Minha mulher entrou pelas dez horas; veio em meu gabinete e, ouvindo esses golpes, me perguntou o que era isso. Deles nada sei, respondi, faz uma hora que isso dura. Procuramos juntos, sem mais sucesso, e o ruído continuou até à meia-noite, hora na qual ia me deitar.
No dia seguinte, sendo um dia de sessão na casa do Sr.Baudin, contei o fato, e pedi a sua explicação.

Perg. . Sem dúvida, ouvistes o fato que acabo de citar; poderíeis dizer-me a causa dessas pancadas que se fizeram ouvir com tanta persistência?

Resp. Era teu Espírito familiar.

Perg. Com que objetivo vinha bater assim?

Resp. Queria se comunicar contigo.

Perg. Poderíeis dizer-me o que é que ele queria de mim?

Resp. Podes perguntar a ele mesmo, porque está aqui.

Nota. Nessa época não se fazia distinção entre as diversas categorias de Espíritos simpáticos; eram confundidos sob a denominação geral de Espíritos familiares.

Perg. . Meu Espírito familiar, quem quer que sejais, vos agradeço por ter vindo me visitar; quereríeis me dizer quem sois?

Resp. Para ti, me chamarei A Verdade (grifo nosso), e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora, estarei à tua disposição.
 
Perg. Ontem, quando batestes, enquanto eu trabalhava, tínheis alguma coisa em particular para me dizer? 

Resp. O que tinha a dizer-te era sobre o trabalho que fazias, o que escrevias me desagradava, e queria te fazer cessar.

Nota. O que escrevia era precisamente relativo aos estudos que fazia sobre os Espíritos, e suas manifestações.

“[...] Perg. . O nome de Verdade, que tomastes, é uma alusão à verdade que procuro? .

Resp. Talvez; ou, pelo menos, é um guia que te protegerá e te ajudará.”

“[...] Perg. Animastes algum personagem conhecido sobre a Terra?

Resp. Eu te disse que, para ti, era a Verdade; esse para ti queria dizer discrição: disso não saberás mais (grifo nosso).”
 

“[...] 9 DE ABRIL DE 1856

(Na casa do sr. Baudin, médium srta. Baudin.)

Perg. Dissestes que seríeis para mim um guia, que me ajudaria e me protegeria; concebo essa proteção e o seu objetivo numa certa ordem de coisas, mas gostaríeis de me dizer se essa proteção se estende também às coisas materiais da vida?

Resp. Neste mundo, a vida material importa muito; não te ajudar a viver, seria não te amar.

Nota. A proteção desse Espírito, do qual estava longe de supor a superioridade (grifo nosso), com efeito, jamais me faltou. Sua solicitude, e a dos bons Espíritos sob as suas ordens, se estende sobre todas as circunstâncias de minha vida, seja para me aplainar as dificuldades materiais, seja para me facilitar o cumprimento de meus trabalhos, seja, enfim, para me preservar dos efeitos da malevolência de meus antagonistas, sempre reduzidos à impossibilidade. Se as atribulações inerentes à missão que tinha que cumprir não puderam me ser poupadas, têm sempre sido abrandadas e largamente compensadas pelas bem doces satisfações morais.”

            Antes de prosseguir o texto, cabe uma explicação: sempre que constar o título “Imitação do Evangelho”, leia-se “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. O primeiro título dessa obra foi inicialmente proposto por Allan Kardec, mas após reiteradas sugestões do seu editor, o Sr. Didier, ele foi modificado, como o próprio Kardec nos informa na segunda parte do livro “Obras Póstumas”.

Na “Revista Espírita” de Dezembro de 1864, temos a seguinte comunicação:

A PROPÓSITO DA IMITAÇÃO DO EVANGELHO
(Bordeaux, maio de 1864. Grupo de São João – Médium: Sr. Rul.)

Acaba de aparecer um novo livro; é uma luz mais brilhante que vem clarear a vossa marcha. Há dezoito séculos, por ordem de meu Pai, vim trazer a palavra de Deus aos homens de boa vontade. Esta palavra foi esquecida pela maioria dos homens, e a incredulidade, o materialismo vieram abafar o bom grão que eu tinha depositado em vossa Terra. Hoje, por ordem do Eterno, os Espíritos bons, seus mensageiros, vêm a todos os pontos do globo fazer ouvir a trombeta retumbante. Escutai suas vozes; são destinadas a vos mostrar o caminho que conduz aos pés do Pai celestial. Sede dóceis aos seus ensinos; os tempos preditos são chegados; todas as profecias serão cumpridas.
Pelos frutos se conhece a árvore. Vede quais são os frutos do Espiritismo: casais onde a discórdia tinha substituído a harmonia voltaram à paz e à felicidade; homens que sucumbiam ao peso de suas aflições, despertados pelos acordes melodiosos das vozes de além-túmulo, compreenderam que seguiam o caminho errado e, envergonhados de suas fraquezas, arrependeram-se e pediram força ao Senhor para suportarem as suas provações.
Provações e expiações, eis a condição do homem na Terra. Expiação do passado, provações para o fortalecer contra a tentação, para desenvolver o Espírito pela atividade da luta, habituá-lo a dominar a matéria e prepará-lo para as alegrias puras que o esperam no mundo dos Espíritos.
Há muitas moradas na casa de meu Pai, disse-lhes eu há dezoito séculos. O Espiritismo veio tornar compreensíveis estas palavras. E vós, meus bem-amados, trabalhadores que suportais o calor do dia, que credes ter de vos lamentar da injustiça da sorte, abençoai vossos sofrimentos; agradecei a Deus, que vos dá meios de quitar as dívidas do passado. Orai, não com os lábios, mas com o coração melhorado, a fim de que possais ocupar melhor lugar na casa de meu Pai. Como sabeis, os grandes serão humilhados, mas os pequenos e os humildes serão exaltados.

O Espírito de Verdade

Observação de Allan Kardec sobre essa comunicação:

 “Sabe-se que não levamos em consideração o nome dos seres que se comunicam, sobretudo os que se apresentam sob nomes venerandos. Não garantimos mais esta assinatura do que muitas outras, limitando-nos a entregar esta comunicação à apreciação de todo espírita esclarecido. Diremos, contudo, que não se pode negar a elevação do pensamento, a nobreza e a simplicidade das expressões, a sobriedade da linguagem e a ausência de toda superfluidade. Se se compara às que são dadas na Imitação do Evangelho (prefácio e capítulo III: O Cristo Consolador), e que levam a mesma assinatura, embora obtidas por médiuns diferentes e em épocas diversas, nota-se entre elas uma analogia impressionante de tom, de estilo e de pensamentos, que acusam uma origem única (grifo nosso). Para nós, dizemos que pode ser do Espírito de Verdade, porque é digna dele, enquanto temos visto massas assinadas por este nome venerado ou o de Jesus, cuja prolixidade, verborragia, vulgaridade, por vezes mesmo a trivialidade das idéias, traem a origem apócrifa aos olhos dos menos clarividentes.”

A seguir, transcrevemos as comunicações a que Kardec se referiu em sua observação acima:

No prefácio de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:

Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.
Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.
As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do Universo.
Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor! Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus.

O Espírito de Verdade

E no Capítulo intitulado “O Cristo Consolador”, da mesma obra:

Advento do Espírito de Verdade

Venho, como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis."
Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não vivem na Terra, a clamar: Orai e crede! pois que a morte é a ressurreição, sendo a vida a prova buscada e durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se desenvolverão como o cedro.
Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam (grifo nosso): "Irmãos! Nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade."

O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)

            Pelos três textos acima percebe-se, claramente, que o Espírito de Verdade é o próprio Jesus.

            Vejamos também outras comunicações espirituais que confirmam isto. Vejamos três exemplos na Revista Espírita:

Na edição outubro de 1861, extraímos um pequeno trecho da Epístola de Erasto aos Espíritas Lioneses, obtida em 19 de setembro de 1861:

“[...] Não podeis imaginar quanto me sinto orgulhoso de distribuir a cada um de vós os elogios e o encorajamento que o Espírito de Verdade, nosso bem-amado mestre (grifo nosso), ordenou-me conferisse às vossas piedosas coortes.”

Na edição de janeiro de 1864, no artigo intitulado Um Caso de Possessão - Senhorita Júlia, consta que o Espírito Hahnemann escreveu:

“[...] Essas obsessões freqüentes terão, também, um lado muito bom, porque, penetrado pela prece e pela força moral, é possível fazê-las cessar e adquirir o direito de expulsar os Espíritos maus e, pelo melhoramento de sua conduta, cada um buscará adquirir o direito que o Espírito de Verdade, que dirige este globo (grifo nosso), conferirá quando for merecido.”

Na edição de fevereiro de 1868, Erasto, em mensagem intitulada Futuro do Espiritismo, obtida em 1863, disse:

“[...] Marchai, pois, imperturbavelmente em vossa estrada, sem vos preocupar com as zombarias de uns e o amor-próprio ferido de outros. Estamos e ficaremos convosco, sob a égide do Espírito de Verdade, meu e vosso mestre (grifo nosso).”

No livro “Missionários da Luz”, ditado pelo Espírito André Luiz, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, o instrutor Alexandre diz:

“– O próprio Jesus nos afirma: “eu sou a porta... se alguém entrar por mim será salvo entrará, sairá e achará pastagens”! Por que audácia incompreensível imaginais a realização sublime sem vos afeiçoardes ao Espírito de Verdade (grifo nosso), que é o próprio Senhor?”

No livro “A Gênese”, no Capítulo XVII – item 37, Kardec escreveu o seguinte:

“As religiões que se fundaram no Evangelho não podem, pois, dizer-se possuidoras de toda a verdade, porquanto ele, Jesus, reservou para si a complementação ulterior de seus ensinamentos”.
           
O grande pesquisador e escritor espírita Hermínio Correia de Miranda, na sua obra “As Mil Faces da Realidade Espiritual”, conclui:

“[...] Não há, pois, como ignorar a óbvia e indiscutível conclusão de que, sob o nome Espírito de Verdade, o Cristo dirigiu pessoalmente os trabalhos de formulação e implementação da Doutrina dos Espíritos, caracterizando-a como o Consolador que prometera há dezoito séculos.”

            Fazemos nossa a conclusão de Herminio C. Miranda, e afirmamos ainda mais a nossa admiração pela grandeza espiritual de Allan Kardec, por ter como guia espiritual o próprio Mestre Jesus.

            Concluímos este texto com um vídeo de outro grande pesquisador e palestrante espírita, Haroldo Dutra Dias, também bastante esclarecedor:



BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

1 KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos;

2  _______. O Evangelho segundo o Espiritismo;

3 _______. A Gênese;

4 _______. Obras Póstumas;

5 XAVIER, Francisco Cândido; André Luiz (Espírito). Missionários da Luz;

6 MIRANDA, Hermínio Correia de. As mil faces da realidade espiritual.

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS CONSULTADOS:


http://www.febnet.org.br/ba/file/Downlivros/revistaespirita/Revista1864.pdf




terça-feira, 12 de janeiro de 2016

FRANCISCO: O PAPA DA MUDANÇA - PARTE 2

Fonte da imagem: http://papa.cancaonova.com/deus-nao-condena-so-pode-amar-diz-papa/

Fábio José Lourenço Bezerra

            O Papa Francisco, corajosamente, vem fazendo uma verdadeira reforma na Igreja Romana, mesmo enfrentando grandes pressões de dentro e de fora dela. Também vem chamando a atenção dos fiéis para a necessidade de se viver os legítimos ensinamentos de Jesus.
            Dando continuidade ao nosso texto anterior (Ver o texto Francisco: o Papa da Mudança, neste blog), extraímos, na íntegra, uma série de artigos sobre o Papa Francisco. Publicados no site do jornal El País (http://brasil.elpais.com/), os artigos abaixo ilustram muito bem a atuação restauradora desse verdadeiro enviado de Jesus.  

O papa Francisco volta a provocar os católicos

Conversando com fiéis em Roma, o pontífice disse que o cristão que “não se considere pecador” é melhor que “não vá à missa”


Por Juan Arias, 16/02/2014
O papa Francisco, ao contrário de seus antecessores que mediam e pesavam as palavras, gosta de provocar. E não o faz através de pesadas encíclicas ou documentos pontifícios. Provoca os católicos nas ruas e praças, como há dois mil anos o fazia o profeta inconformista de Nazaré.
Sua última provocação ocorreu na quarta-feira passada conversando com os fiéis em Roma. Disse-lhes, como a coisa mais normal do mundo, que ao cristão que “não se considere um pecador” é melhor que “não vá à missa”.
Mais ainda, segundo Francisco, os que vão à missa para aparentar que “são melhores que os outros”, melhor que fiquem em casa. Não há espaço para eles na igreja.
Advertiu também, com humor, os fiéis para que quando forem à missa não façam “fofocas”, comentando, por exemplo, como está vestida a fulana de tal. Talvez se referisse às cerimônias de casamento. Francisco, quando era cardeal arcebispo de Buenos Aires, ironizava ao comentar que muitos católicos assistem a esse tipo de cerimônia sem se importar com a missa, e mais "como está vestida a noiva e as suas convidadas”.
O novo papa latino-americano está ressuscitando a Igreja do entendimento e da misericórdia após séculos de inquisição. Está pulando centenas de anos de teologia e doutrina patrística para levar a Igreja às suas origens, quando ainda não existiam tribunais de inquisição e quando no centro de tudo estava a teologia do perdão, e não a do castigo.
Até a chegada de Francisco, os pontífices mediam cada palavra e até suas encíclicas tinham que passar pela censura da Congregação para a Doutrina da Fé e do jornal oficial do Vaticano, L´Osservatore Romano. Não eram livres para dizer o que sentiam com espontaneidade.
Lembro de só um papa, João XXIII -pelo que dizem parecido com Francisco- que, quando visitava algum bairro pobre na periferia de Roma, ao falar improvisando, dizia com humor aos jornalistas que o acompanhavam: “Melhor que tomem nota, porque é possível que amanhã o que eu estou dizendo não saia publicado no L´Osservatore Romano”. E era verdade - o censuravam.
Francisco surge quebrando velhos tabus. Não se sente de mãos atadas quando fala, nem se preocupa excessivamente com a possibilidade de suas palavras poderem ou não deixar de cabelo em pé certos teólogos conservadores.
Sente-se seguro porque ele fez um link com a Igreja primitiva, e mais ainda, com os textos bíblicos, antes de que fossem domesticados pelas diversas teologias ao longo dos séculos. A afirmação de que se um cristão não se sente pecador é melhor que não vá à missa não deixará de soar quase como uma heresia a muitos católicos conformistas.
No entanto, essa volta à ideia de uma Igreja não triunfante, não de justos e santos senão de pecadores, não de eleitos senão dos que buscam a piedade e a misericórdia, Francisco está resgatando dos evangelhos, dos ensinamentos diretos do profeta judeu.
Três passagens dos evangelhos de Lucas e João dariam plena razão à última provocação de Francisco. A primeira é quando é acusado pelos fariseus de ter ido com seus apóstolos comer na casa de um publicano, uma categoria considerada como de “pecadores”. Jesus aproveita a crítica feita pelos que se acham bons e diz: “Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento", e acrescenta: “Os sãos não precisam de médico, mas sim os enfermos". (Lucas 5, 27-32)
No mesmo evangelho (18, 9-14), aos que se consideravam justos (sem pecados) e “menosprezavam os outros”, propôs a seguinte parábola: dois homens foram rezar no templo, um era fariseu (justo) e o outro publicano (pecador). O fariseu, em pé, para ser visto melhor, rezou assim: “Ó Deus, graças te dou porque eu não sou como os outros, ladrões, injustos, adúlteros, nem como esse publicano aí. Eu jejuo duas vezes por semana e dou ao templo o dízimo de tudo o que ganho”.
Por trás dele, em um canto, o publicano pecador não ousava nem levantar os olhos e batia no peito dizendo: “Senhor, ajudem-me porque eu sou um pecador”. Jesus resume: “Digo-vos que o publicano voltou à sua casa justificado, e não o fariseu”.
No evangelho de João (8,2), um grupo de homens quis colocar à prova a fama de misericordioso de Jesus com os pecadores e levaram à força até ele uma mulher flagrada em adultério: “A lei manda matá-la (por apedrejamento). Tu, pois, que dizes?”. Queriam que Jesus se declarasse contra a lei judaica. Não sabemos o que respondeu, porque escrevia na terra do templo com o dedo, enquanto a mulher, humilhada, se encontrava jogada no chão, em uma cena que deixava enlouquecido o famoso cineasta ateu italiano Pier Paolo Pasolini, que me perguntava incrédulo: “Mas por que os apóstolos não se interessaram em nos contar o que Jesus escrevia?”.
Sabe-se apenas que quando Jesus propôs aos acusadores que atirassem a primeira pedra os que “estivessem sem pecado”, estes começaram a ir embora, “começando pelos mais velhos”. À mulher em pecado, Jesus pergunta: “Ninguém te condena? Eu tampouco, vai em paz e não peques mais”.
Os legalistas, incapazes de misericórdia, não perdoaram, no entanto, o profeta pelo seu gesto de misericórdia com a adúltera e o levaram à cruz ainda muito jovem.
Francisco está ressuscitando a Igreja que preferia perdoar que condenar, entender o coração humano em vez de anatematizar, convencido como está que a Igreja que, por exemplo, faz do confessionário (em expressão sua) um “local de tortura”, não responde à sonhada por seu fundador: uma Igreja que não condena ninguém e que deixa o julgamento final nas mãos de Deus, de quem dizia o profeta Isaías que é mais mãe do que pai.
Não parece Francisco, efetivamente, mais uma mãe que fecha os olhos às travessuras de seus filhos que um pai severo sempre disposto a castigar? “Quem sou eu para julgar um homossexual?”, disse aos jornalistas no avião de volta do Brasil.
Francisco está sendo severo só contra os que violentam os menores inocentes, isto é, contra os pedófilos dentro da Igreja. Bem mais que seus antecessores. E também nisso segue as impressões do mestre que chegou a pedir a pena de morte para quem escandalizasse as crianças. “Melhor seria que colocassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar”, disse a seus discípulos.
Francisco é, na verdade, o primeiro papa a surpreender desde o primeiro momento ao confessar com coragem: “Eu também peco”.
Quanto aguentará a Igreja tradicional essa revolução repentina?

Papa alerta sobre as 15 doenças que atingem a Cúria

Por Pablo Ordaz, 23/12/14

É o raio que não termina. O papa Francisco continua aproveitando qualquer oportunidade para denunciar os pecados da Cúria. Com carinho, mas também com dureza. O papa Francisco aproveitou a fala de natal para os homens que o ajudam – mesmo que nem sempre – a dirigir os destinos da Igreja para adverti-los sobre as doenças mais comuns que minam a saúde do Vaticano. Desde “sentirem-se imortais e indispensáveis” ao Alzheimer espiritual – a perda da memória de Deus –, passando pelo mundano, o exibicionismo, a vaidade e “o terrorismo dos boatos”. Uma lista de 15 doenças e seus possíveis tratamentos.
A relação não tem desperdício, portanto a seguir estão resumidas uma por uma e por ordem. A primeira das 15 doenças da Cúria enumeradas por Bergoglio em sua longa fala – apoiada em citações do Evangelho e de várias encíclicas – é a de “sentirem-se imortais, imunes” e até mesmo “indispensáveis”. Diz o Papa que “uma Cúria que não faz autocrítica, que não se atualiza e que não tenta melhorar é um corpo doente”. Francisco fala da patologia do poder, “do complexo dos eleitos”, de todos aqueles que “se transformam em donos e sentem-se superiores a todos e não ao serviço de todos”. O possível remédio proposto por Jorge Mario Bergoglio é sem dúvida marcante: “Uma visita aos cemitérios nos poderia ajudar a ver os nomes de pessoas que talvez também pensassem ser imortais, imunes e indispensáveis!”.
A segunda é a “doença da laboriosidade excessiva”. Francisco lembra que Jesus também aconselhou seus apóstolos a “descansar um pouco”. Disse que para evitar “o estresse e a agitação” é necessário “passar tempo com a família, respeitar as férias”, utilizá-las para recuperar-se “espiritual e fisicamente”. A terceira doença é a do “endurecimento mental e espiritual”. Francisco adverte sobre os que têm um “coração de pedra”, se escondem atrás dos papéis e do gerenciamento e perdem “a sensibilidade humana”, a capacidade de amar ao próximo. A quarta doença é a da “excessiva planificação e funcionalidade”. O Papa diz – em uma mensagem dirigida talvez para os mais tradicionalistas da Igreja – que são necessárias “a frescura, a fantasia e a novidade” para não fechar-se “nas próprias posições estáticas e inamovíveis”. A quinta doença é a “má coordenação”. Francisco assegura que quando falta a colaboração e o espírito de equipe – “o pé que diz ao braço ‘não preciso de você’” – é quando chega “o mal-estar e o escândalo”.
“Una Cúria que não faz autocrítica e que não trata de melhorar é um corpo doente”, diz o Papa
A sexta doença que Francisco diz ter detectado na Cúria é a do “Alzheimer espiritual”: “Podemos vê-lo naqueles que perderam a memória do encontro com o Senhor (...) e dependem completamente de seu presente, de suas paixões, de seus caprichos e manias; (...) convertendo-se em escravos dos ídolos esculpidos por suas próprias mãos”. A sétima doença, “gravíssima” segundo o Papa, é a da “rivalidade e da vaidade”, quando “a aparência, a cor das roupas e as insígnias de honra se transformam no objetivo prioritário da vida”. Não é preciso dizer mais nada.
A oitava das 15 doenças é a “esquizofrenia assistencial”, sofrida por aqueles membros da Cúria que vivem “uma vida dupla”, que se dedicam aos assuntos burocráticos da Santa Sé perdendo o contato com a realidade das pessoas de carne e osso: “Acreditam assim em um mundo paralelo e vivem uma vida escondida e frequentemente dissoluta. A conversão dessas pessoas é urgente”.
As próximas doenças detalhadas pelo Papa não são exclusivas do interior do Vaticano. É possível dizer que são vírus espalhados universalmente. No ponto nove, um clássico nas falas de Francisco, fala do perigo da afeição em criticar e fofocar – “irmãos, vamos nos guardar do terrorismo das boatarias!” –, e o 10 enfatiza o perigo de “divinizar os chefes”, uma bajulação vital na qual tantos baseiam sua ambição de ascender, “pensando somente no que é possível obter e não no que se deve oferecer”. A doença número 11 é “a indiferença com os demais”, muito ligada também ao egoísmo, “quando cada um pensa somente em si mesmo e perde o calor das relações humanas”. A doença seguinte – a do “rosto fúnebre” – também costuma ser mencionada por Bergoglio, um Papa habitualmente com grande senso de humor: “O religioso deve ser uma pessoa amável, serena e entusiasta, uma pessoa alegre que transmite alegria. Como faz bem uma boa dose de humor”.
O Papa encerra seu diagnóstico sobre os males da Cúria – ainda que não somente da Cúria – advertindo sobre a “doença do acúmulo de bens materiais” – número 13 –, “a doença dos círculos fechados” – 14 – e, finalmente, a do “aproveitamento mundano, dos exibicionistas”, a daqueles que “transformam seu serviço em poder, e seu poder em mercadoria para obter ganhos mundanos ou ainda mais poder”.
Não deixa de ser significativo que, além de ler a cartilha para a Cúria, o papa Francisco quis também reunir-se com os trabalhadores do Vaticano. Com eles utilizou um tom e uma mensagem muito diferente: “Quero pedir-lhes perdão por meus erros e os dos meus colaboradores e também por alguns escândalos que causaram tanto dano: Me perdoem!”.

Papa Francisco: “As doenças da cúria causaram dor e feridas”

Bergoglio diz que as reformas da Igreja continuarão e cria um “catálogo de virtudes”


Por Pablo Ordaz, 22/12/15

Exatamente um ano atrás, o papa Francisco aproveitou o tradicional encontro natalino com a cúria romana para alertar os principais membros da Igreja católica sobre as 15 doenças que afetam a saúde do Vaticano, dentre as quais destacou “o mundanismo, o exibicionismo e a vanglória”. Um Natal depois, novamente reunido com a cúria, Jorge Mario Bergoglio constatou: “Algumas daquelas doenças se manifestaram causando não pouca dor e ferindo muitas almas”. O Papa afirmou que, apesar de todas as resistências, “as reformas da Igreja continuarão a ser feitas com determinação”.
Mesmo gripado e visivelmente cansado, o Papa leu para os bispos e cardeais um discurso de seis folhas — escritas inteiramente por ele — no qual incluiu um “catálogo das virtudes necessárias” para “quem trabalha na cúria”. Em princípio, não é um catálogo tão severo como o de um ano atrás — impagáveis as expressões dos príncipes da Igreja diante dos raios X de Bergoglio —, mas também não deixou por menos. Quando, por exemplo, o Papa fala da sobriedade — “a capacidade de renunciar ao supérfluo e de resistir à lógica consumista dominante” —, a transmissão da televisão do Vaticano mostrou o cardeal Tarcisio Bertone, o secretário de Estado anterior, o mesmo que utilizou 200.000 euros (877.000 reais) dos fundos destinados a um hospital infantil para reformar seu luxuoso apartamento. Nos últimos dias, o cardeal Bertone devolveu 150.000 euros (658.000 reais), o que não deixa de chamar a atenção sobre sua capacidade de economizar.
Mesmo sem citar explicitamente o escândalo pelo vazamento de documentação secreta — o chamado caso Vatileaks2 que causou a prisão de um padre espanhol —, o papa Francisco o ligou em seu discurso às doenças citadas e disse que elas não o farão desistir de sua determinação em mudar a Igreja. Ainda que em tom mais brando e até mais positivo — enumerar as virtudes necessárias ao invés das doenças a se combater —, a fala de Bergoglio não tem nada de condescendente. O Papa alerta: “O honesto nunca manipula as pessoas e as coisas que são de sua responsabilidade. A honestidade é a base sobre a qual estão todas as outras qualidades”.
Francisco pede exemplaridade para “evitar os escândalos que ferem as almas e ameaçam a credibilidade” da Igreja Católica e voltou a utilizar palavras muito duras aos sacerdotes que, esquecendo-se de sua missão, causam escândalo com suas ações: “Como disse Cristo, quem escandalizar um só dos pequenos que em mim acreditam, merece ter uma pedra de moinho atada ao pescoço e ser lançado ao fundo do mar”.

Apenas três dias depois de enumerar as virtudes necessárias na cúria e classificar como doenças "o mundanismo, o exibicionismo e o orgulho", o papa Francisco pediu que os fiéis adotem "um comportamento sóbrio, simples, equilibrado e linear", durante sua homilia na Missa do Galo, realizada na Basílica de São Pedro, na véspera de Natal.
Bergoglio fez referência a uma sociedade que está "embriagada de consumo e de prazeres, de abundância e de luxo, de aparência e de narcisismo" e, diante disso, recomendou a simplicidade e a sobriedade para "viver o que é importante".
Aos fiéis que compareceram à missa na Praça de São Pedro, decorada com uma árvore de Natal de 25 metros e um portal de Belém, Francisco pediu que os católicos renunciem às riquezas do mundo.
Diante da representação do Menino Jesus, disse: "Esse Menino nos ensina o que é verdadeiramente importante em nossa vida. Nasce na pobreza no mundo, porque não há lugar na estalagem para Ele e sua família... Encontra abrigo e amparo em um estábulo e deita-se numa manjedoura para animais. E, no entanto, desse nada brota a luz da glória de Deus".
Também enfatizou virtudes como a bondade, a misericórdia e o amor para viver uma vida "sóbria, reta e piedosa", e pediu o esquecimento dos medos e temores, porque na noite de Natal comemora-se o nascimento de Jesus.
"Agora é preciso cessar o medo e o temor, porque a luz nos mostra o caminho até Belém. Não podemos ficar indefesos. Não é correto ficar parados." Ao contrário, pediu para que os fiéis caminhem e vejam "nosso Salvador deitado na manjedoura", disse o pontífice em sua terceira Missa do Galo.
Uma noite que, para o Papa, é "motivo de júbilo e alegria", um júbilo que recomenda seja compartilhado e que levará, segundo ele, a uma sociedade na qual exista paz entre as nações.
"Nesta noite brilha uma grande luz. Sobre nós resplandece a luz do nascimento de Jesus", disse, uma luz que, para o máximo representante da Igreja Católica, "vem iluminar nossa existência, confinada muitas vezes sob a sombra do pecado".

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O LIVRO DOS ESPÍRITOS NO VESTIBULAR DA UNESP

Fonte da imagem: http://www.centroespiritasearadomestre.net/products/das-leis-morais/

Fábio José Lourenço Bezerra

O mais recente vestibular da Universidade Estadual Paulista (UNESP), teve uma questão que citou O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, contrapondo-a  à visão materialista das habilidades inatas do ser humano. Transcrevemos a notícia a seguir, na íntegra, do site da Federação Espírita Brasileira:

17/12/2015 10h33 - Atualizado em 17/12/2015 10h42
Vestibular da Unesp cita Livro dos Espíritos

Os vestibulandos da Unesp (Conhecimentos Específicos) depararam-se, no último domingo (15), com uma questão no mínimo surpreendente. O enunciado trazia dois textos para explicar as capacidades morais e intelectuais do homem — o conceito filosófico do inatismo –, especialmente as habilidades no campo da Música. Um dos textos vinha de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. O outro fora extraído de um artigo da revista Superinteressante, assinado por Nelson Jobim. O que explicaria o virtuosismo de alguns indivíduos?
Antes de mais nada, cabe destacar aqui a atualidade do pensamento espírita, capaz de confrontar a Ciência Oficial e apresentar resposta para questões complexas. A resposta dos Espíritos, com adaptações ao texto original, foi apresentada assim ao vestibulando:
“Não confundais o efeito com a causa. O Espírito tem sempre as capacidades que lhe são próprias; ora, não são os órgãos que produzem as capacidades, mas as capacidades que conduzem ao desenvolvimento dos órgãos. O Espírito, se encarnando, traz certas predisposições, admitindo-se, para cada uma, um órgão correspondente no cérebro. O desenvolvimento desses órgãos será um efeito e não uma causa. Se as capacidades se originassem nesses órgãos, o homem seria uma máquina sem livre-arbítrio e sem responsabilidade dos seus atos. Seria preciso admitir que os maiores gênios, sábios, poetas, artistas, não são gênios senão porque o acaso lhes deu órgãos especiais”.
Contrapondo a visão espírita, o examinador apresentou o artigo na Supeinteressante (“Um dom de Gênio”, maio de 2015), em que o autor cita pesquisa do neurologista alemão, Helmut Steinmetz, pesquisador da Universidade Henrich Heine, de Düsseldorf, que comparou cérebros de um grupo de 30 músicos com os de outros 30 que não se dedicavam à arte musical.
Na conclusão do cientista, o virtuosismo dos primeiros explicar-se-ia por um acentuado desenvolvimento do lobo temporal esquerdo (região do córtex cerebral onde são processados os sinais sonoros). “Nos músicos, esse tamanho pode ser duas vezes maior”, diz o texto.
Resolução do Colégio Objetivo
Interessante notar também a resposta preparada pelos professores do Objetivo: “No texto de Kardec, codificador do Espiritismo, religião amplamente professada no Brasil, o Universo é visto como constituído de matéria e espírito. Essa concepção tem ressonância no pensamento de Platão e Descartes, considerados também pensadores dualistas. Assim, o corpo material é plasmado pelo Espirito que o encarna. A alma, entendida por Kardec como o espírito encarnado, é o portador de uma bagagem cultural e moral de existências passadas. conceito semelhante ao inatismo cartesiano e platônico, em que a razão humana é portadora e produtora de conhecimento humano.”
No artigo de Nelson Jobim, extraído da revista Superinteressante, a genialidade humana surge como produto de determinação biológica. “Tal concepção se aproximaria mais dos empiristas, para quem toda inteligência nasce como tábula rasa, e nesse caso poderíamos admitir que a genialidade resultaria do acaso. O que, na crítica de Kardec, ‘os maiores gênios, sábios, poetas e artistas não são gênios senão porque o acaso lhes deu órgãos especiais’”.
Como terão reagido os vestibulandos frente a essa questão? Na verdade, essa não foi a única a questionar temas filosóficos. O pensamento atualíssimo de Voltaire, o grande mestre do Iluminismo, também foi tema da questão que abordou, de forma implícita, as lutas étnicas e a ação de grupos extremistas.  No texto de Voltaire, o pensador apresenta Deus não como uma divindade de um povo, de uma raça ou de uma nação, mas como o criador do Universo e pai de todos os homens. Uma visão, com certeza, coerente e compatível com o ensino trazido pelo Espiritismo.
Que os estudantes tenham tido um bom desempenho na prova. E levem para os bancos universitários o desejo de estudar mais a Doutrina Consoladora, que, com muita razão, foi considerado por alguns como uma faculdade que reúne todos os ramos do conhecimento humano.
Fonte: USE São Paulo


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